28 dezembro, 2011

listen: Dear Prudence

Final de ano, e divido meus intermináveis dias em frente a esta tela com o bumbum nesse sofá velhinho pensando no que eu fiz esse ano, do que me orgulho de ter feito, do que não me orgulho tanto assim. E dividida entre uma angústia e ansiedade doentias e músicas magníficas que durante todo o ano fui adicionando à bagagem. Pensando num post de What about 2011, cogitando uma playlist pra vocês, tentando achar interminavelmente uma boa roupa para este blog e todas essas coisas. Se tem algo que tentei tentei e vou continuar tentando no ano que vem é me organizar e ter noção de tempo.Não sinto mais a necessidade de fazer um post aqui bom o suficiente, também não sinto que estou deixando isso às mocas e, preste bem atenção nisso, nem to necessitando de dar enter e formar parágrafos. Tirando quando a angústia sobe a garganta, as mãos tentam arrancar os cabelos e a ansiedade me serve de refeição, vou bem, obrigada.
Quero mostrar uma música linda pra vocês, dentre as tantas que gostaria de mostrar. É dos Beatles, mas essa é a versão do musical que um dia ainda convenço alguém a ver. Espero que gostem, e que ouçam quando precisarem look around around around around around, look around around around around around e então sentirem esse sentimento bom que me habita neste instante!

22 dezembro, 2011

Sobre citações, internet e Caio F

A outra leu e achou bonito. Publicou:
fui no mc donalds, quando eu a vi , meu cérebro parou , minhas mãos tremeram e meus olhos caíram - caio f
A amiga não deixou por menos, Marilyn Monroe falou e disse nessa frase: cuti cuti cuti bla bla bla.

Um amigo  meu disse, é claro, ponderando palavras como todo bom cavalheiro faria:
AONDE QUE MARILYN MONROE FOI UMA BOA INFLUÊNCIA? ELA ERA UMA ATRIZ QUE FOI PRA PLAYBOY! PORRA, VAI SE FUDER, SUA GAROTINHA JUVENIL RETARDADA!!!
Devo concordar, em parte. Até onde essa divulgação de trechos de escritores da 2º geração do romantismo é boa, e onde começa a ficar ruim? Bom, não querendo gastar tempo com isso, mas já gastando... Creio eu que redes sociais que tornem popular esses grandes autores e poetas facilitam, sim, a possibilidade de conhecermos e nos interessar por esses escritores e querer nos aprofundarmos nas obras deles, porém ninguém ta afim de ver por aí posts de trechos pseudo inteligentes de 5 em 5 minutos sobre autores que quem postou nunca ouviu falar antes.
Se eu apoio a divulgação desses autores, de suas obras? Claro que sim, não há dúvidas de que apoio! Isso foi só algo que me passou pela cabeça enquanto eu acabava de descobrir um lindo texto de Caio F (um dos meus escritores preferidos, que conheci via twitter e desde então não parei de pesquisar e ler sobre). O texto se chama  Anotações sobre um amor urbano e realmente desejaria postar ele por completo aqui, mas ele é  bem grandinho, e vocês não o leriam. Pois sim, deixo com vocês um aperitivo, um trechinho deste lindo texto que realmente me encantou! E um Viva! à internet que pode nos trazer mais conhecimento do que já sonhamos encontrar um dia à distância apenas de alguns cliques!

"(...) tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas alma existe mesmo? e quem garante? e quem se importa? apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro teu corpo moço de homem apertado contra meu corpo de homem moço também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto: te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro.

Não temos culpa, tentei. Tentamos."

(O texto inteiro você encontra aqui)

17 dezembro, 2011

Sobre jogos e pontes


Me olhou. Minto. Ele não me olhou, ele me viu. E com os lábios sibilou claramente: -Xeque!
Poderia dizer que fiz o mesmo, mentiria, não o vi também. O jogo no impasse, os blefes valiam ouro, e o cofre dele estaria vazio se assim fosse. Ele não blefava nem enganava, jogava limpo. Insuportavelmente claro, translúcido e diferente. "Se o cérebro humano fosse tão simples ao ponto de entendê-lo, nós seríamos tão idiotas que não conseguiríamos entendê-lo", assim funcionava comigo. Digo, com ele. Esquece, perdi mais um peão. O cavalo muito bem posicionado, lá se foi o jogo. Digo, o xadrez. Porque os olhares, o jogo no qual me focava, continuou até mais tarde. Os cantos dos lábios sibilavam sorrisos, que nunca passaram de esboços. Tanto fazia o maldito jogo, o que estaria valendo nunca seria o que queria. Não saberiam dizer o que queriam, os olhares não deixavam.
Essa mania insuportável de jogos que só seriam legais se ganhasse, e sempre ganhava. Ou assim se fazia crer.


E querem mesmo saber? Que se fodam minhas vitórias, é quando eu perco que eu mais quero! Não quero que pensem igual a mim, não quero que correspondam a minha paixonite idiota ou ao meu desejo de ver e tocar. Esteja longe, longe o bastante pra que eu queria atravessar essa ponte. Você me entende? Não quero que esteja a um passo, quero atravessar pontes. É por isso, e unicamente por isto que não consigo tirar meus olhos ou meu maldito pensamento de você. Você está longe o bastante, e eu almejo. Mas é diferente, mais uma vez.
Quando está perto demais, ainda assim o almejo contra pondo meu anseio por pontes. Não creio que uma ponte até você seja no que se resuma esse calor louco que não me deixa dormir esta madrugada, me veio estranhamente uma ideia na cabeça. Ei, você, você aí do outro lado que estranhamente me interessa e chama... Ei você, quer construir uma ponte comigo esta noite?

Foi assim, basicamente assim. Joguei o tabuleiro, a toalha e qualquer coisa significasse desistir do jogo.
Éramos eu, e na minha esquerda me acompanhavam na travessia a Insegurança, o Medo e a Esperança. A esperança lá no canto, perdendo-se facilmente a cada movimento brusco.
A ponte longa, tinha um nome, não me lembro agora. Não devia importar. Os passos firmes, o madeira resistia. Longos passos, meu equilíbrio resistia. A ponte longa, eu resistia, estava atravessando.

Esquisito, não? Quando você não quer ganhar o jogo, mas exatamente perder.

07 dezembro, 2011

As pessoas nascem boas ou más? A sociedade interfere nisso?

E aí, gente, tomei vergonha na cara pra fazer algo que vem me atormentando desde comecei a ler e estudar mais. Esse texto aqui é de um trabalho de sociologia, que fiz pra escola. Venho fazendo vários desses, com temas absurdamente interessantes e finalmente resolvi mostrar algum aqui.
Venho estado meio perdida no que diz respeito ao blog, não quero que isso aqui seja só minha parte idiota que ama o mundo inteiro ou que sofre loucamente. Quero que isso aqui seja uma extensão minha, e espero que eu pegue o swing disso logo!
O tema é o do título, e o último parágrafo achei pessoal e loucura demais pro trabalho a ser entregue, então se sintam privilegiados! Boa leitura (:



Não creio que exista qualquer conceito inato que haja sobre nós. Somos fruto daquilo que vimos, vivenciamos, experimentamos e aprendemos ao longo da vida. Uma pessoa não nasce com seus princípios definidos, no máximo obtém um potencial a desenvolvê-los. Indivíduos nascidos em sociedades diferentes, terão pensamentos diferentes sobre um mesmo assunto, como por exemplo, os índios. Eles não são diferentes de nós, não há nada em sua genética que os façam ser diferentes, e mesmo assim, pegando por exemplo a nudez, que para eles não é algo excepcional, já para nós é motivo de vergonha. Andar despido por aí, como um índio faria, é caracterizado como um atentado ao pudor.
Seguindo essa linha de raciocínio, não creio que tenhamos um conceito inato do certo e do errado, e sim criamos, e a partir desses, agimos sob a ótica que nos mostra o que é bom ou ruim. Não creio na existência de qualquer força externa ou divina que possa nos designar a sermos bons ou ruins.
Como dito antes, somos frutos do que vivenciamos, sendo assim, a sociedade que nos cerca junto com todos os seus valores, história e regras, acrescenta a nós fatos diários, tais quais adicionamos à bagagem, seja tomando uma posição a favor, ou negando-os. Mais uma vez exemplificando, uma pessoa criada em um cerco de pessoas agressivas de forma acentuada, trás consigo essas experiências que então poderão exercer algum efeito (também acentuado) nele, como uma maior tendência à atitudes violentas ou total aversão à tal forma de agir. Uso de exemplos de tons acentuados pois nestes são mais perceptíveis a influência que o meio tem sob o indivíduo, determinismo puro, porém enfoco também que não há a obrigatoriedade de agir conforme o meio. Esse meio é apenas o canal transmissor de certas ideias vistas de posicionados pontos de vista.
De certa forma somos livres pra escolhermos o que quisermos, para considerar como bom ou ruim o que melhor nos aparentar e também agir sob a ótica que mais nos agrada, porém há sempre uma essência que nos é única e que até agora me pergunto da onde vem. Ou se não há essa essência. Aliás, essa é a minha maior dúvida até então. Se somos corpo, cérebro e uma folha em braco a definir, será que essa folha é   o resultado apenas de esbarrões de pincéis alheios (vulgarmente atende pelo nome de Sociedade), ou essa folha também tem alguma vontade própria?
Com o cérebro, acredito até onde posso ver e tocar, mas com a alma (ela existe?) eu quero um pouco de magia pro lado de cá.

26 novembro, 2011

Ele dizia assim, por entre brisas de outono, tudo aquilo que florescia na primavera
e falava da morte e do quão bonita seria
sem amor , sem ódio , sem dor ,sem felicidade, simplesmente é

Nada nele me chamava, e sem por que me atraia
a cara desvendada na noite tão incomumente não calada
a alma posta no ar, flutuando, pairando por lá

Quem dera eu um dia, recitava ele
de todas as coisas me livrar
não confio muito,
porém não tenho muito a confiar

Ele fazia, ao pensar, mundos e fundos
rei de sua própria majestade
abdicou-se do seu próprio eu

Despiu-se da dor, do amor, do material, abandonou a alma
flutuou pra longe
desfez os nós, apertou o cinto e voou
o destino era cheio de certas incertezas
e os planos nos papéis rasgados eram soltos no ar

A criança tão adulta, tão cheia do seu eterno eu que deixou pra trás
tão especialmente interessante,
a criança tão turva e longe

Entre aspas: Pra machucar os corações


Caio F.


"Para quem tem mais de 30, 35 anos, este disco pode ser uma tortura. Não, não é que seja um mau disco. Eu explico. Ou tento. 
É que fatalmente eu/tu/ele/nós vamos lembrar. E não estou certo se essas lembranças serão boas. Ou se seriam boas, lembradas hoje, você me entende? Porque o tempo passado, filtrado pela memoria e refletido no tempo presente – agora -, parece sempre melhor. E terá mesmo sido?

Apenas, quem sabe, porque não havia fadiga lá. Aquela fadiga que se insinua, persistente, entre o ruído das buzinas e das descargas abertas nos engarrafamentos de trânsito, todo dia. Ou essa, de atravessar mais uma vez qualquer avenida às seis da tarde para, de repente, olhar a multidão também fatigada e preguntar: mas que cidade, afinal, é esta. E que vida? A quase amável, paciente fadiga de contemplar o grande relógio das repartições e escritorios, quase imóvel na sua lentidão, a partir das cinco e a caminho das seis da tarde. Para nos despejar, novamente, nas ruas entupidas de fumaça e desejos bandidos nas esquinas, dentro de carros apertados entre outros carros ou de ônibus apinhados – até o interior dos apartamentos, com seus fantasmas emboscados, uns mortos, outros vivos. E então o acúmulo de contas atrasadas, telefonemas ansiosos, telenovelas chatas, quem sabe algum plano, certas fantasias. Outra cidade, outro país, outro planeta, outra vida que não esta – uma memória de flores no cabelo e pés descalços, pouco antes do ruído do despertador e o do meu/teu/dele/nosso coração serem os únicos audíveis dentro da escuridão onde afundamos na lama de nossos sonhos mortos.

Mas eu falava – tentava – de um disco. De John Lennon.

Ele foi gravado ao vivo, no Madison Square Garden, a 30 de agosto de 1972. Há quase, portanto, 14 anos. Você tinha quantos – 15, 20, 25? E provavelmente também imaginava que, um dia, pudesse não haver mais guerras, nem países, nem ódio entre as pessoas. Um mundo novo, não é isso? Depois houve cinco tiros nas costas, e pouco antes, durante o depois, os muros das cidades pixados com frases como “flower-power is dead”. E então uma invasão de cabelos muito curtos, quase raspados, roupas negras, couro justo: a ridicularização de tudo em que você acreditou durante tanto tempo – e largou faculdade, largou família, caiu em bandos pelas estradas para sonhar com essa coisa que não aconteceu: um mundo novo. O deboche das suas antigas – e perdidas – ilusões. Patrício Bisso só sobe no palco para cantar qualquer coisa como “bolsa peruana? Sandália indiana? Hippie! Mata”. Eu rio, você ri, ele ri – nós rimos todos juntos. E temos um sutil cuidado em evitar, no vocabulário, no vestuário, qualquer detalhe capaz de nos identificar como sobreviventes daquele tempo. Agora somos mais do que modernos: demi-darks. Não temos fé, nem esperança, nem caridade. Bebemos vodca pura, cheiramos umas. Nunca mais compramos uma caixinha de incenso. E a bad-trip pinta sem química.

Tudo isso dói tanto. Eu nunca mais tinha ouvido John Lennon. O tempo corre, a gente vai descobrindo jeitos de se proteger. Elis? Nem pensar: põe aí a Paula Toller. Marc (quem lembra?) Bolan? De jeito nenhum, melhor um Boy George, cara. Let´s Roller. It´s only rock and roll. Só que eu nem sempre sei se gusto. Mas, por trás das defesas, esse vinco no canto esquerdo da boca continua avançando, cada vez mais fundo, cada vez mais longo. Você tenta reagir, sem dizer claramente não, pelo amor de Deus, não me dá esse disco pra ouvir, eu não entendo nada de música, eu não conheço John Lennon e nunca ouvi falar em Yoko Ono. Eu não tenho tempo. Não posso parar, nem pensar, nem sentir. Nem lembrar. Eu preciso ganhar dinheiro. Tenho pressa neste passo alucinado em direção ao buraco-negro do futuro.

Mas você acaba aceitando. Agora somos profissionais. Coloca no toca-discos, como quem não quer nada. Liga a TV, ao mesmo tempo. E no meio dos sons que vêm também da rua e dos outros apartamentos, de repente aquela voz tão antiga e conhecida grita:

- Mother!

Aumente o volume. Ou desligue para sempre, você me entende?"

(Publicado no Estadão, Caderno 2, Domingo, 6 de abril de 1986)

30 outubro, 2011

ao Jack

Você não deveria estar aqui, você sabe disso!
Primeiro que sua ditadora não gostaria, segundo que não é exatamente "legal" pra mim  e terceiro porque Teresópolis é um ovo e se descobrirem que você visitou um blog chamado Uma Louca Pede Help... Bom, cê sabe.  Aliás, por que raios veio parar aqui? Me fez pensar em muitas possibilidades, fazer isso é covardia! To brincando, é claro. Em parte.
Não nego que foi um bom comentário, bem a sua cara (sim, imaginei aquele sorriso de bobo idiota mané que te pertence quando assinou como O PRÓPRIO! Bem próprio de você mesmo, boy) me surpreendeu ao lembrar do pseudônimo. Conversa legal a que tivemos quando no conhecemos pelo messenger, nada mal ter como primeira impressão você como prepotente, semi-nu e com internet discada! Sem levar em conta a voz de pedófilo que descobriria mais tarde. HMMMMMMMMMMMMM
Você é bem diferente (novamente em parte), sabia? Mas te dizer isso só aumentaria esse sorriso idiotamente idiota e sua prepotência. Sem contar a razão que você teria ao afirmar que não é só mais um.
Bom, se um dia já desejou um texto meu, já teve dois (não, isso aqui não conta como um), já não está bom? Quiçá um dia você volte a existir no plano real e eu te conte algo engraçado, bem próximo daquela cena de quando me deixou falando sozinha e saiu, com todo mundo olhando.
Em suma, sim isso aqui está às moscas! Depois melhora, ou não. Você sabe, só falta mais alguém prepotente por aí, dizendo que não é como os outros e escolhendo algum pseudônimo legal. E aí você vira mais um, fácil.

Ps.: você me deve um martini, to ouvindo a day to be alone e to me sentindo uma idiota por responder você com tanta honestidade, mas hesitei bastante antes de responder seu comentário e cheguei a conclusão que não acrescenta nem subtrai nada mesmo, então não há risco.
Se chegar a ler isso, gostaria de saber.
Boa noite, sorriso bobão! (:

16 agosto, 2011

Perfeição - legião Urbana

Não sei se pra vocês também é assim, mas o primeiro álbum que conheci da minha banda favorita é o melhor pra sempre! Sério, sou muito grata a minha prima porra-loka que me apresentou Legião Urbana. De verdade, de verdade meeeesmo, tentando me livrar de clichês, eu acho que não seria a mesma se aos 12 anos de idade eu não ficasse ouvindo o cd arranhado que roubei da minha prima durante todo meu tempo livre. Viva o MAIS DO MESMO!
Ai como legião faz bem aos ouvidos, GENTEM!


Legião Urbana - Perfeição por EMI_Music

03 agosto, 2011

Entre aspas: Amyr Klink

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

31 julho, 2011

Entre aspas: DEPOIS DOS QUINZE


Dessa vez não vim aqui só pra citar um texto,um escritor ou uma música... Mas sim, um blog!
Conheci o ddq por aí há algum bom tempo, sigo o/a @depoisdosquinze desde então.
O blog em sua essência é da Br, mas ela conta com uma equipe também. Creio que vocês meninas irão gostar bastante do blog, ele nos oferece posts sobre variados assuntos! Está sempre cheio de promoções, dicas de maquiagem, fotografia, música e o principal e o que me levou pra lá: lindos textos. Aquele tipo de texto que nos entende, vocês mais do que ninguém sabem do que estou falando.
Enfim, esse não é o melhor dos textos que encontrei por lá, mas é um assunto que tem estado na minha mente ultimamente. Se vocês curtirem o post, comentem ou pelo menos marquem aquela caixinha no fim do post que eu, viciada no ddq como sou, posso indicar posts antigos e todo o resto.
Esse blog as vezes fala por mim coisas que eu nunca soube expressar, dá aquela segurança de que tudo isso é normal, e tem alguém ali (a fofa da Br) que vai te ajudar a entender.
Espero que curtam a dica, e que se ainda se dão ao trabalho de ler o meu blog... Bom, que continuem assim! Mesmo se eu não escrever nada, tentarei trazer pra vocês algumas dicas como essa.
Espero que gostem, e tá aí um post recente escrito pela Bruna Vieira.
Beijos, e desfrutem da blogueira mais fofinha que eu já encontrei por aqui. ;*


Sintonia e Amizade

Mais sobre a Br, aqui!
Anos atrás, quando esse blog ainda nem existia, eu tinha uma visão bem diferente do que era a amizade. Sempre fui uma garota tímida, então eu enxergava barreiras onde teoricamente, só existiam pontes. Não conseguia me impor, e mostrar para as pessoas quem eu realmente era ou gostaria de ser. Eu até tinha amigas, poucas, mas tinha.
A questão é que na época, por inocência, eu fantasiava demais as coisas. Deixava passar certas atitudes, e fingia que tudo aquilo era normal. Resumindo: Pagava pau pra quem nem se importava comigo.
O tempo foi passando e algumas coisas aconteceram. Em tempo, percebi o quanto as coisas poderiam ser diferentes se eu tomasse certas atitudes. E tomei, Não foi fácil, eu me senti sozinha durante dias e noites. Foi horrível. Eu chorei em um quarto escuro por horas. Mas eu precisava fazer. Pra descarregar toda aquela energia. E em meio a tantas incertezas, encontrar quem eu realmente sou e o que eu realmente quero.
Então, muitas coisas incríveis começaram a acontecer. Por causa disso ou não, fui me afastando do meu antigo eu para conhecer o meu agora: O presente. Alguém mais madura, menos dependente e confiante.  Nessa mesma época, ganhei um concurso e uma viagem pra Paris. Por sorte ou destino, tudo que era pra dar errado, deu certo.
Na época, quando o resultado saiu, eu precisava de alguém pra ir viajar comigo.  Aqui na minha cidade poucas pessoas que eu conheço e confio sabem falar inglês fluente e já foram pra fora (requisitos impostos pela minha mãe). Semanas antes, enquanto conversava com uma amiga  "de internet" no msn, comentei da hipótese da viagem e do como seria legal viajar com ela. Acabou que na última hora, com desistência de uma tia, minha mãe aceitou a ideia de eu ir com uma desconhecida. Marcamos um dia antes da viagem, em Belo Horizonte. Lá nós e nossas mães finalmente nos conheceríamos.
Nos falamos bastante por messenger, e no dia, tudo deu certo. Nossas mães se deram super bem, e nós também. Viajamos juntas para o lugar mais incrível que já estive, e vivi uma das melhores semanas da minha vida.  Com direito a centenas de fotografias, micos, conversas e muita, muita risada. Lembro que quando acabou, do ônibus, olhando através da janela a estrada se movimentando, odiei mil vezes morar tão longe.
Os dias foram passando e com muitas conversas e risadas, nós fomos compartilhando a mesma lembrança. E criando uma amizade bem bonita, coisa que eu já nem acreditava mais poder acontecer na minha vida. Nos demos tão bem que até fizemos planos: Talvez no próximo ano moremos juntas lá em São Paulo.
Vocês devem estar se perguntando "por que ela tá contando isso?" né?
Hoje, enquanto voltada de viagem e observava as infinitas montanhas aqui de Minas, percebi uma coisa: As barreiras que mais nos limitam são aquelas que nós mesmos criamos.  A distância não é nada perto do que a gente tem dentro do peito. Seja amizade, amor ou só carinho.
O mundo é tão grande, tão cheio de pessoas sorridentes e misteriosas. É bobagem ter medo de encarar isso. Não precisa ser agora, não precisa ser semana que vem, queria apenas que vocês enxergassem isso dessa maneira.
Se você estiver se sentindo sozinha agora, ou sei lá, quando sair em uma sexta-feira à noite, não se culpe. Nem sempre é fácil ser quem se é, e principalmente, nem todo mundo é obrigado a amar você. Sabe aquela coisa de não esperar demais dos outros? É bobeira. Se a gente parar de acreditar em quem a gente ama, a gente para, sem querer, de acreditar em nós mesmos.
Por um mundo onde maquiagens duram mais quando são compartilhadas. Onde sorrisos não são apenas para fotos. Onde amizade é amizade, independente do tempo, distância ou o que for!




19 julho, 2011

"Sob um leve desespero"

"Eu não sei o que é direito" mas na verdade sabia. "Eu não sei descrever" e não sabia mesmo.
"To com medo" não há sentido nisso, "e desde quando houve nisso tudo"? O que sempre quis "eu não sei mais" se transfigurou em "não-pressiona", ela não fazia a mínima.
Por ora se descreveu tempestade de emoções, nunca revelou exatamente ás claras que "odeio trovoadas".
O lance todo era bem bonito, até esperançoso vez em quando "D E S E S P E R A D O R".
E o que significaria algo DESESPERADOR? Não esperaria mais? Tira a vontade de espera? "AAAH NÃO PODE!"
A verdade é que não importa se o assunto é amor, ideologia, adolescência, ou adultecimento. Sempre estamos a espera de algo. Eu particularmente "sou tola" e clichê e me encaixo perfeitamente nos romances e nos roteiros de algo comum e qualquer.
Quando adolescente estava a espera de alguém que viria do nada. Talvez pintasse algo novo, aquele menino dos sonhos. Aquele acontecimento utópico. Quando mais intensa esperei melancólica e louca (algo que até me lembrava Clarice) alguém vir e me arrancar a força da minha rotina, me imprensar na parede e me dar um tapa na cara.
Quando sonhadora e forte idealista, "aaaaaaah" quando isso, esperei uma vida totalmente diferente. Luzes de cidade grande e sorrisos de amigos, SATISFAÇÃO!
Quando triste, esperei poder sair por um dia frio, tomar um café e chorar calada. Mais uma vez a melancolia de Clarice, mas com um quê de Caio.
Quando feliz, não sei, era meio capitalista. Sabia que não deveria. Não devia e por isso  fiz, fui egoísta.
Agora vazia, escrevo. Na verdade, enrolo! Não sei mais escrever. Sem aquele blabalabla de "eu não sabia antes também, mas é que..." Ah não! por favor, sem isso. Eu sabia escrever o que eu sentia, aos 12 anos escrevia e escrevia muitíssimo bem! Conseguia descrever, representar e me satisfazer com o que escrevia. Agora, vazia, e tão cheia, não sei.
Pego o papel, ligo a tela... Leio, escuto, fico na iminência de qualquer sentimento e a mercê de doenças contagiosas eeeeeeeee: N A D A.
Não é exatamente feliz, sempre tive problemas com vazios e não-reação. Imagina você, que outro dia me peguei com um sentimento cor-de-rosa?! Não deu em nada, um mísero texto que escrevi me forçando. Fora fraco.
Até no fim deste, e olha que qualquer fim de qualquer coisa comigo mexe, me peguei forçando a escrever!
É que eu acho que me acostumei um pouco ao "tá", outro dia comentei comigo mesma sobre isso. Achei de uma irreverência patética, não engoli.
Ouvi rock, ouvi mpb e ontem mesmo me peguei ouvindo Chico! E nada, dá pra acreditar?
Dou-me enfim por um fim. Vejo em mim o fim da veemência de escrever, a excitação pluralista de ideologias inversas.
Estudei história, tirei notas boas em exatas, e nada me saltou aos olhos.
Dá pra acreditar que outro dia Judas veio me enfrentar? E eu fugi. Tá, fugir não é exatamente o que eu fiz, mas eu virei o outro lado da face! Não acreditaria que seria capaz de fazer isso se eu ainda fosse a criança da 6° série que procurava sentido na poesia na sua redação de português e que tinha na ponta da língua mil ofensas. Tava cansada apenas, pareci meio sensata. DESINTERESSANTE.
Me pergunto quando vem..... é, aquela maldita espera de novo!
Agora respondo, quando vazia espero vir qualquer coisa. Sacola plástica, lixo esvoaçante, sentimento piegas e até algo definhador.
É como você ter um plano em suas mãos em envelope pardo de secretaria escolar, estar sentada no banco da rodoviária e esperar vir o ônibus que te levará pra, quem sabe, uma badalada rua cheia de rostos desconhecidos onde você viverá diferente. E chegam onibus, e você testa os lugares, e em nenhum te encontras!
Eu to sendo tola, nem falando coisa com coisa tô.




Deu pra ver, não deu? o desespero da espera inusitada da chegada do que nunca vi partir?
Não há sobre o que falar, tento inventar, é débil.
Me sinto um lixo, a garganta inflamada, o estômago retendo o vomito.
Estou definhando à luz da tevê no quarto escuro no qual me encontro.
Eu nem sei porque escrevi, se não veio de dentro. Se só foram palavras soltas.
Ah! isso acontece muito quando leio um livro! Depois que o fecho e sei lá, exemplificando, caminho! Ficam palavras soltas na minha mente, sempre caracterizando, sabe-se lá o que.
Ai, eu paro, olho e me deparo.
Se deparar é feio. Quem inventou esse prefixo também era um belo pilantra,não?  DEsespero DEparar DEsistir
Desistir será parar de existir?
Eu existo?
Eu desisti em algum momento?
aai ai, catarse sem noção.
Boa noite, querido nada.


("que me leva, que me leva daqui")

10 julho, 2011

retalhos de coisas semi-escritas



Foi esquisito, em geral as coisas com ele eram.
Eu o encarava por breves segundos e, tagarela como sou, ficava sem ter o que dizer.
Ainda estou sem o que dizer.
O lance todo era bem complicado, aquela vontade do calor dele, pele com pele, lábios entrelaçados.
Aquele frio na barriga juvenil dava lugar a contemplação do rosto em minhas mãos, e depois já era tarde demais, nossos lábios falavam pelos nossos olhos.
Todo o sentimento cor-de-rosa era pouco, fraco, a carne falava alto. Gritava.
A respiração ofegava e o cheiro inundava o ar.





Era como uma dança dos corpos.
Desviando em passos leves, a sentença de morte ali, a sua frente.
Do que se foge, e do que quer. Era uma situação hesitante
.
O balé avançava velocidades, ambos bailavam ferozmente pelo salão.
Quando de repente a música parou, se olharam olho nos olhos. E correram pra si...
O final foi épico, chorou escondida. A dança de movimentos caprichados e sincronizados expressava, no arrepio da pele exposta o efeito, a compreensão que lhe fora dada.
Levantou-se cheia daquele sentimento exaltado-orgulhoso e aplaudiu com todo seu esplendoroso fôlego.
Fecharam-se as cortinas e lá, ainda exalando entusiasmo, continuou. Por horas e horas.
Patética, sentada no chão imundo, via o espetáculo da vida passar-lhe: esplendoroso!


09 julho, 2011

wake up


Hoje eu acordei com uma atmosfera engraçadinha do meu lado. Talvez seja só o produto de ter caido no sono enquanto lutava comigo mesma para não ir atrás de quem eu não devia, ou então as músicas que me ninaram. Pode ter sido as cobertas também, em tempos de muito frio acho que emitem mais energia boa do que o normal. Sempre gostei de um casulo, tinha me esquecido de como era bom.
Mas o que me despertou mesmo não foi a vontade louca de fazer xixi que tive as 5:20am, nem um sonho muito louco que tive. Foi o despertar: TINHA SOL! Assim mesmo, em maiúsculo e com exclamação!
Eu não sei o que isso quer dizer, SOL, mas eu sinto que é bom. O céu está num azul uniforme e as árvores estão mais feliz, posso ver isso no tom das suas folhas expostas ao SOL.
Eu ouvi minha banda preferida também, foi por acaso, mas me fez um bem enorme!
Me olhei no espelho, escovei os dentes, penteei os pensamentos e baguncei-os de novo. É, também acho que ficam melhor assim. Olhei nos meus olhos, já tava na hora de alguém fazer isso, e sibilei "despertar". Achei hilário, a palavra fazia cócegas na face, repeti pausadamente: DES-PER-TAR.
Não sei o que esse blablabla de sol no sábado quer dizer, eu só quis escrever enquanto o sol invadia minha sala, foi bonito. Deu vontade de chorar, mas decidi escrever na hora. Só queria dizer que de repente me deu uma vontade enorme de ser feliz, de sorrir e de -sei-lá-o-quê. De DESPERTAR cada dia mais nova, mais cheia de sonhos, mais cheia de planos, com menos cabelo penteado e mais sorriso no rosto.
Decidi levantar pro sábado, já tava na hora disso também. Fiz uma catarse com os dedos congelados e fui me expor ao sol. Pentear os pensamentos aos poucos, sorrir pro espelho. E se não tiver quem me olhar nos olhos e fizer coisas bonitas todos os dias eu decidi fazer por mim mesma.
Chega, sabe, de esperar. Vivemos esperando algo que não sabemos o que é. Vivemos esperando alguém chegar com o caminhão de mudança e te arrastar, te fazer mudar de ideia, mexer com o seu coração e pirar sua mente. Essa espera me alerta, mas não quero falar sobre ela agora. Hoje fez sol ao despertar e quero aproveitar pra tirar o mofo da mente.
Te vejo mais tarde? Só não espere isso também. Porque nem tudo é como parece ou termina como se prevê. Lembre-me disso quando necessário, boy.
Fui tomar minha dose de vitamina D enquanto há oferta, mesmo que pouca...

Ei,
eu despertei hoje, dá pra acreditar?

06 julho, 2011

citação: Caio F


"– Só sei que nós nos amamos muito…
– Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama?
– Não, eu falei no passado!
– Curioso né? É a mesma conjugação.
– Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre?
(…)
– E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações…
– Pensar assim me assusta.
– Por que? Você acha isso ruim?
– É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais…
– Você usou o verbo ‘doer’ ou ‘doar’?
(Pausa)
– Pois é, também dá no mesmo…"

23 junho, 2011

Quinta estação


Prepare o guarda-chuva garota, começou a chuva e o vendaval.
Sorrisos, carências, tristeza, satisfação. Sabe enfim dizer o que dentro de ti acontece? Escreva, descreva,  apague e caia por fim na inconsciência que te basta.
Chore se preciso, esconda-se se necessitar. Xingue se explodir, grite desafinado pra transformar. Enfim, vazia, esqueça.
Amanhã é outro dia e o céu ta nublado, compre chocolate e sente-se perto de pessoas diferentes. Observe-as enquanto falam, enturme-se. Na prorrogação do segundo tempo tudo irá sempre mudar mesmo.
Comprima-se, espalhe-se, cale-se ou grite. Sua irritação está em alta e o sol mostrou a cara. Não adianta se esconder, ele achou você. Não há sombra ou disfarce útil, pois você tá feliz de novo!
O sol se pôs, o sistema nervoso saiu da calmaria. É mais uma vez ventania dentro de ti. Faz frio com frequência, mas frio do que em qualquer lugar. Suas flores de primavera se fecharam, recolheram sua exuberância se protegendo da neve que está por cair. Nevou, embranqueceu os campos recém formados da primavera instantânea. O frio arrepiou a alma.
Você fecha os olhos, as pálpebras suplicam pelo fim do dia. Suas mãos estão geladas, seu coração também. O sangue passa por sua cavidades sem se fazer notar.
Mas  nada é como parece ou termina como se prevê.
O sol da meia-noite chega sorrateiro, derrete a neve e forma um rio de leito largo. E como se fosse a primeira vez você põe os pés naquele rio, e deixa, sem relutar, a umidade do verão chegar. Faz sol dentro de você, o sangue corre pelas veias, e vai saber o que se passa dentro da cabeça de quem o sente.
E não importa, quantas vezes o ciclo se repita, você nunca botará os pés no mesmo rio pois as águas nunca serão as mesmas.
És por fim, tempestade de emoções.

15 junho, 2011

citação: Caio F

"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem.
Mas me diga logo para que eu possa desocupar o coração.
Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida.
E não darei.
Não é mais possível.
Não vou me alimentar de ilusões.
Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos.
No plano real: que história é essa?
No que depende de mim, estou disposto e aberto.
Perguntei a ele como se sentia.
Que me dissesse.
Que eu tomaria o silêncio como um não e que também ficaria em silêncio.
(...) Anyway, me dói a possibilidade de um não, me dói a possibilidade de um silêncio, me dói não saber de que forma chegar a ele, sacudi-lo dizer me olha, me encara, vamos ou
 não vamos nessa?"

03 junho, 2011

Anseio por calor


O que fazer com o vazio? Vazio que corrompe e dilata.
Como lidar com a falta de tudo? Falta de calor, de barulho, de toque e contato.
Não pense que sou demasiado carente! Posso me virar por muito tempo sozinha e quieta, pensando só pra mim e mordendo a língua quando questionar proferir algo não  muito educado. Sei me controlar e talvez até me alimentar sozinha. Posso sobreviver, só não posso viver sozinha.
Você me compreende, não compreende?
Eu só preciso, vez em quando, de cafuné e colo. Talvez se puder sussurrar algo no meu ouvido e arrepiar toda minha espinha dorsal eu seria grata. Olhar nos meus olhos e sorrir, sorrir também com os olhos! Me fazer cosquinha e implorar por um beijo. Sair correndo com minha bolsa e fazer de mim demasiado inocente outra vez.
Se você pudesse me abraçar e passar todo o seu calor pra mim, respirar no meu pescoço e não me soltar por nada. Liberar essa corrente elétrica que percorre meu corpo a cada vez que me encosta, sentir o choque de minhas mãos trêmulas. Andar do meu lado, olhar pra mim e me ver... deixar eu te ver.
Você entende essa troca de calor que anseio? Digo, o toque, a respiração próxima, seus dedos entrelaçados no meu e nossos corpos próximos se desejando como ímãs.
Meu corpo, olhar e coração andaram vazios por tempo demais e o calor se transfigurou em vazio. O vazio da angústia e da espera ansiosa por algo novo que nunca chegaria a ser. Você pode entender meu desespero descontrolado em uma tentativa frustrante de não-histeria?  Pode sentir o latente alerta procurando por calor? Eu estive sozinha, vazia e sobrevivi por muito tempo, agora quero algo além do calor de subsistência. No final só quero mesmo te perguntar se você poderia me esquentar neste inverno rigoroso que tem feito dentro de mim e que extinguiu todo o meu amor e calor. Você pode?

31 maio, 2011

Final do eterno outono

Nuvens dançaram em minha direção
Mas imóvel fiquei, por medo da chuva
Então triste comigo, se foram embora
Pois não as dei a devida atenção

Aves voaram de longe apenas pra ver-me
Mas escondido fiquei entre as paredes de casa
Então triste comigo, se foram embora
Pois não as dei o devido valor

Flores nasceram diante de mim
Mas as podei antes que criassem espinhos
Então triste comigo, se foram embora
Pois não às dei o tempo devido

Tu nada fizeste
Não dançaste como as nuvens levadas pelo vento
Nem vieste de longe como as aves do céu
Tão pouco floresceste em meu jardim
Mas dei-lhe toda atenção, decorei tua história, teus gostos, tuas manias
Dei-lhe todo valor, mais que a mim, mais que a meu nome, mais que a minha honra
A ti todo o tempo, as treze estações de um ciclo tão longo, começado e terminado em outono
Porém, triste comigo estás indo embora
E se me pedires motivo, desta vez faltarei com a resposta.



Intensidade e ansiedade em eterna busca pela verdade
Atualmente sendo um idiota, as ever, e com o projeto do seu cd "plaza"em andamento.
Que tal convencermos ele a fazer um blog?

22 maio, 2011

Citação: Arnaldo Jabor

Ouvi esse texto declamado por um "desconhecido" ao telefone. E o que podemos dizer? O texto ideal, lido pela voz ideal no momento ideal!
Desfrutem:


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro...'
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos....
Mas não deu certo...acabou
'É não deu...?
Claro que deu!
Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate....se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta.
É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar.
Ou se apaixonar.
Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?






15 maio, 2011

Metalinguagem


Tópico frasal: dizer tudo, dizer nada?
Indutivo, Dedutivo. Transparente ou demasiado aparente?
Adjetivo-me, verbo-me, e por fim oro-me. Subornar-me-ei?
Interpreto, não rola. Mudo a ordem, o foco. Sujeito!
O tema? Ah, a complexidade.
Adjetivo?! Não mesmo! Má interpretação de quem o leu.
É substantivo. Daqueles concretos que quebram telhados.
Primitivo, composto e inenarrável.
Pode-se com isso, pronome relativo?
Que coisa é essa que mexe com a subordinação?
Malditas preces, subordinou-me sem me deixar perceber.
Presa cá estou eu, no núcleo do sujeito.
Cadê mesmo esse objeto para o tacar pela janela?
Se renderá a minha interpretação: Objeto-esvoaçante-direto-e-indireto.
E quero ver o simples sujeito capaz de mudar a ortografia de meus pensamentos.
Bingo! Eis a questão: malditos desinenciais.

Quando entrarem porta a fora, revirando os móveis e ousando tocar na ortografia de minha complexidade semântica, chamarais de roubo, fraude, vá saber. Já eu,letrada e organizada como sou, chamarei de minha complexidade; o apaixonado de amor, o poeta de sentimento, o cientista de hormônios. Ou nada disso. Mas eu chamarei "minha complexidade" com o afeto que nunca foi recíproco, e quando na semântica, sintaxe ou seja lá a interpretação talvez não-justa que me exigirem, direi ao meu modo e de nariz arrebitado: MEU sujeito desinencial.



bye nail polish

Amor guardado corrompe, sabia?
Corrompe mesmo, destrói a alma e enferruja o coração. Mata, dói, sangra.
Mas o que dizer sobre sentimentos recentes, que ainda estão fincando raízes?
Dói quando penetra, mas é dor transparente e perigosa: ansiedade, medo, dúvida, neurose. Neurose é bom.
Desespero! Desespero também é bom!
Como mais poderia explicar? Ah, simples! Olhe minhas unhas.


03 maio, 2011

Blog's B-day

Me pergunto se há algo mais certo pra começar um post falando sobre o meu blog do que citar Caio F. Ah, Caio F! Bendito seja o twitter que nos  apresentou. É como ter minha histórias contada por alguém que soubesse mais dela do que eu prória. Vamos aos fatos...*toda frase em itálico é de autoria dele

Foi em Abril, dirá abril e maio. Ou Setembro, Outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo. Ou importará? Acho que qualquer  antigo seguidor meu pode lembrar do "some time to think" e seu layout tão emo. Que aliás me rendeu uma imagem melancólica. Não que eu não fosse/seja melancólica. Até porque era o que eu mais era em abril e os meses de inverno dessa minha cidade minúscula e pequena...Fiquei presa a uma história, presa na mania de suspender a máscara de sanidade, presa no vazio gelado.(Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa.)
Longe o suficiente de amigos, estressada o bastante para isolar-me, causa perdida na medida certa pra perder amigos. Foi frio, silencioso e revelador. Doeu, doeu muito. Doeu como nunca  algo havia me machucado, foi uma puta dor! Um puta sentimento, uma puta época. Discretamente, enviei sinais de socorro aos amigos. Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais. Não foi só você, não. Foram também pessoas até mais íntimas, (…) me virei sozinho com enormes dificuldades. Não me lamuriei. Mas preciso que as pessoas saibam que isso doeu — exatamente porque algumas destas pessoas (…) importam para mim.
Quando reaprendi a falar quis conversar com alguém, mas me afastara tanto de todos. Melhorei, não sei como. Acho que o ponta pé inicial foi quando me disseram puras e malvadas verdades na cara, fora um ogro sem dó, mas foi significativo. Desde então descobri o que deveria fazer: supere isso e, se não puder superar, supere o vício de falar a respeito.


Quantos discursos politicamente corretos eu não dei? Quantas mentes eu já não quis fazer acreditar no verdadeiro amor, na bondade das pessoas e em pessoas doces.
Sai procurando razões e textos, palavras paradoxais em cada sentimento cor-de-rosa que encontrei pelo caminho. Não achei. Na verdade, não só não achei como perdi. Perdi o fio da meada.
Me tornei egocêntrica, e me foquei em mim. Me auto-analisei por hobby, foi diferente. Além disso, sou terrivelmente instável e entender minhas reações é coisa que às vezes nem eu mesmo consigo. Percebi como sou previsível e como sou como gostaria de ser ou algo bem próximo. Apaixonei-me por mim mesma. Não foi algo extremamente ruim, nem bom. Foi um tempo de traçar algumas metas, saber do que gosto (café,frio, Inglaterra e música antiga) e o que não suporto (?). Colei aquele “EU TE AMOno espelho. E é pra mim mesma.
Procurei, e continuo na busca, de novos dessas minhas histórias. Algo que me dê mais emoçãoá vida. Ando pacata, e quando surge algo novo fico no desespero do medo de dar errado, ou no desespero daquilo que ainda nãoconsegui nomear. Mas continuo aprendendo com Caio, quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
Vez em quando pinta uma borboleta no estômago e fico cautelosa, pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'.
E acontece por final que estou aqui, completando um ano da minha vida de (pseudo)blogueira, com váriados personagens, mas sempre o mesmo tema. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Dá pra crer nisso?
 Ela tem muita dúvida como todos têm. Mas nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe. E talvez por isso a tristeza não me repele, e sim inspira. Desde que seja doce já estará valendo a pena ser vivido.
E que todos vocês leiam Caio F,viu?
Feliz aniverário, louca pedinte de help.
Parabéns pra mim!

25 abril, 2011

( nameless )

Um texto desse tipo, depois de muito tempo sem exercitar.


Eu queria, sabe? Eu queria muito poder abrir uma aba qualquer e começar a escrever. escrever desesperadamente, sabendo por pra fora toda essa minha aflição, descrever os loopings no estômago que tem me acontecido. Eu queria poder saber escrever sobre você e sobre como chegou e mudou os móveis de lugar dessa sua forma sempre muito gentil e delicada de ser.Eu queria poder ver uma caneta e papel e de repente brotar ideias, palavras e emoções em forma de letras. Eu queria poder ter a certeza, eu queria poder entender, planejar ou prever.
É estranho eu não me lembro de ter sentido isso antes. Eu não te tenho e nunca o vi, mas tenho um medo imensurável de te perder, tenho o receio de você me deixar passar. Eu não sei, é estranho como eu já disse, desesperador e assustador até pra mim.
Eu não sei escrever sobre você, e nunca sei prever seus passos. A cada passo meu cerco-me de dúvidas e suspeitas...Tenho medo de pisar em falso, tenho medo desse meu desespero inenarrável causado por quando o vejo longe demais.E seria mais normal se eu tivesse te tido em algum momento, nem que por segundos. Mas o meu mais próximo foi um telefonema.
Eu não consigo ligar sua voz, imagem, palavras e atitudes. Será que tenho problemas com enigmas? Será essa minha mania de querer saber tudo? Ter certeza de tudo?Eu to pirando, e nem ao menos te vi.Eu não consigo pintar seu retrato, encaixar seu sorriso e palavras. O que me diz é sempre tão contraditório.
Se fosse apenas imensurável. Mas não, eu tinha que topar com algo inenarrável no caminho. Logo eu, que tenho mania de descrever tanto, fantasiar tudo. Eu não consigo partir sem uma base, eu posso lidar com o abstrato mas não com o vazio.

17 abril, 2011

Entre Aspas: A moreninha

A moreninha, livro de Joaquim Manuel de Macedo publicado em 1844, é um clássico do romantismo. Eu assumo que sou péssima leitora e que esse foi o primeiro e recente clássico que li, mas assumo também que me amarrei no personagem de Augusto, um inconstante rapaz que diz não poder amar umar um mesmo objeto por mais de três dias, porém Carolina (ótimo nome para uma miúda, sapeca e inteligente personagem) com todo seu atrevimento o corrompe em sua inconstância.
A história me saltou aos olhos de imediato e recomendo a todos lerem o livro que, para a época e a ideia pré concebida de clássico que temos, é super facil de ser lido.
Aqui citarei um fragmento de uma conversa dos amigos de Augusto e o próprio, comentando a inconstância
amorosa do rapaz incorrigível.

"(...)
- E de qual gostarás mais, da pálida, da loura ou da moreninha?...
- Creio que gostarei, principalmente, de todas.
- Ei-lo aí com sua mania.
- Augusto é incorrigível.
- Não, é romântico.
- Nem uma coisa nem outra... é um grandíssimo velhaco.
- Não diz o que sente.
- Não sente o que diz.
- Faz mais do que isso, pois diz o que o que não sente.
-O que quiserem... serei incorrigível, romântico ou velhaco, não digo o que sinto, não sinto o que digo, ou mesmo digo o que não sinto; sou,enfim, mau e perigoso e vocês inocentes e anjinhos. Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda pouco mostrei, e em toda parte confesso que sou volúvel, inconstante e incapaz de amar três dias um mesmo objeto; verdade seja que nada há mais fácil do que me ouvirem "eu vos amo", mas também a nenhuma pedi ainda que me desse fé, pelo contrário, digo a todas o como sou e,se, apesar de tal, sua vaidade é tanta que se suponham inesquecíveis a culpa,certo, que não é minha. Eis o que faço. E vós, meus caros amigos, que blasonais de firmeza de rochedo, vós que jurais amor eterno cem vezes por ano a cem diversas belezas...Vós sois tanto ou ainda mais inconstantes que eu!... mas entre nós há sempre uma grande diferença: -vós enganais e eu desengano, eu digo a verdade e vós, meus senhores, mentis... [...] A alma que Deus me deu, continuou Algusto, é sensível demais para reter por muito tempo uma mesma impressão. Sou inconstante, mas sou feliz na minha inconstância, porque apaixonando-me tantas vezes, não chego nunca a amar uma vez..."


* Para quem curte ler livros pelo computador, podemos encontrar a obra aqui

Inconstância, eu curto

Ei leitores assíduos do meu blog, como vão?
Pois é, como eu pensei: cri-cri-cri.
O blog ta em obra e quem acompanhou a época "suco de limão com gosto de tamarindo mas que parece groselha" ou o "some time to think" sabe que essas mudanças quando começam são perigosas. Eu resolvi, como já resolvi muitas outras vezes, mexer nas estruturas da minha pseudo vida de blogueira e espero que dessa vez minha inconstância dure o tempo necessário para durar um ciclo inteiro. Inconstância, rapidez, dúvidas... Como se nomeia mesmo? tpm, crescer, mudar de ideia, voltar pra mesma ideia... Ah sim! Lembrei o nome disso, é aquela frase que eu usava como "quem sou eu" quando tinha 12 anos de idade, era pseudo roqueirinha e fingia que ouvia System of a Down, Nirvana, Sepultura e Slipknot... Como eu ia dizendo: constantes mudanças.

08 abril, 2011

Borboletando


Como boa borboleta que sou, beijo e toco belas e formosas flores, mas ao fim do dia dou adeus sem receio a todas elas. Porque quando se envolve sentimento, subconsciente e subjetividade, se conclui não haver constância ou previsão.
Se apareceres a mim alguma bela flor esbanjando vaidade e convencimento o suficiente ao ponto de afirmar-me que ao fim do dia pensarei nela, creio eu que nela confiarei algum crédito. Entretanto, se ao entardecer seu cheiro, formosura, cor ou textura me parecer, como ao contrário jurou, mais uma como as outras, esse texto para qualquer flor do meu jardim de inverno servirá. Nem que seja uma espécie nova, com pseudônimo americano, ou seja lá o que o improviso trará.

Lembranças,
ao Jack.


28 fevereiro, 2011

Looking for some love


I won't lie, I won't talk a lot
I won't talk about the global warming or similars
I just would like fall in love
and say all that I need with some looks

Do you get it, don't you?
I wanna feel something,
I wanna be full of love
and not MY love, not only
I want a love that I can call 'our'
I know that somebody can understand

Where are you now?

08 fevereiro, 2011

keep surviving of nothing

Era a minha solidão que encontrava com ele ali
Foi o oco, o vazio, se enchendo novamente
Éramos dois, mas na verdade sempre fomos mais
Sempre nos entendedo, sempre deixando em segredo que conseguiamos nos ouvir
Meio sem nexo, meio sem por quê
Foi instantâneo, foi como macarrão instantâneo

Foi o encontro de necessidades das duas partes
Amor, companhia, graça? Encantamento!
Frio na barriga, algumas borboletas no estômago
O looping deu errado
Montanha russa é bom e acaba tão rapido
Só se lembrar que foi bom, mas morreu. Acabou

Ás vezes bate uma vontade louca de voltar pra lá
te esperar no banco velho e desmazelado
Não te esperar, e puf! Acontecer
Ou esperar muito e não perceber quando aconteceu o tal 'caramba, mas não é que é você?'

Sentir falta, e voltar. Voltar correndo
Encontrar no mesmo lugar as mesmas pessoas, mas não saber o que falar
Ou falar demais, falar tudo. Aí acaba
Falar demais ou se calar demais. Equivocos que cometemos demasiadamente
Não havendo mais palavras o encanto morre
o sentimento morre, a instantaneidade morre.

Acabou, e então o que havia no embrulho?
Cartas não mandadas, escritas a pensamentos sempre editados antes de pronunciados
Máquina do tempo, desejo esse mútuo?
Deixa em segredo, eu decidi falar menos agora.
Mas quase nunca consigo, é óbvio!


"Guardar em segredo
em si e consigo,
não querer sabê-lo
ou querer demais. "
Carrego Comigo - C. Drummond


04 fevereiro, 2011

azul fosco

É uma tristezinha azul fosca de fim de tarde. Mas não é preta, direncie!  Acho que é assim porque eu já sabia desde o início que mesmo mudando o jogo o resultado seria o mesmo.
É azul claro e  fosco, como um efeito na cena, filme antigo e muito rodado. Que de tanto se repetir e perder a emoção de prever o próximo passo da mocinha, perde-se também o brilho nos olhos de quem assiste.

03 fevereiro, 2011

Quando o tempo parou

Quando o tempo parou

Ainda lembro do momento em que te vi, no começo não percebi o quanto tínhamos em comum. Os mesmos olhos incomuns, os mesmos sonhos descomuns.
Você apareceu do nada, sem pedir permissão entrou na minha vida como quem chega em casa, e ficou. Ficou ali, parada até que eu me desse conta da sua presença, como foi possível que eu demorasse tanto a perceber que você estava ali pra mim?

Depois do susto inicial, abri minha vida para que você pudesse entrar totalmente nela...

O que eu podia esperar? Que fosse difícil, imagina alguém entrando na sua casa, mudando os móveis de lugar e ocupando a sua mente só com um olhar. Mas não foi o que aconteceu, você chegou pra ficar e não me incomodou...eu senti medo, não sabia se te odiava ou se te agradecia por isso.

É engraçado como a mente demora pra perceber coisas desse tipo, minha cabeça estava fechada, mas meu coração não, só que ele é mudo e não pode gritar desde o princípio. "Vai em frente...é ela!".
Ele é mudo, mas me deu um sinal, quando eu te vi ele acelerou. Taquicardia como sempre acontece...e de repente...o tempo parou.


Esse texto é do Rodrigo Lima, e recebeu uma pitada de ideia minha.
O Rodrigo é uma amizade adquirida recentemente, e o guri tem talento.
O blog dele é o  Caverna do Eremita,
e um post que super indico é esse aqui: As duas faces.
Umbeijo!

25 janeiro, 2011

Diálogo

-Você mudou.
-Você também.
-Na verdade você nunca foi como se mostrava.
-É eu sei, mas posso dizer o mesmo de você.
-Eu sempre fui a mesma, em qualquer lugar. Você não. Você sempre foi dois, três ou mais.

-Seus enigmas são os culpados.
-Culpados?
-É.
-Meu enigma?
-Enigmas.
-Qual a acusação?
-Não me deixar ir.
-Pra onde?
-Pra longe.
-Você não precisa ir.
-Está propondo algo?
-Não, to pedindo para que não saia daqui.
-Mas eu preciso.
-Mas não quer.
-Pensei que você pensasse que fosse o certo também.
-Eu nunca soube o que pensar em relação a você.
-E esse sempre foi o problema.
-Pensei que fossem os enigmas.
-Você me agrada, seus enigmas me prendem.
-Não tenho conhecimento sobre tais enigmas.
-E o que eu tenho é pouco.
-Fale-me deles.
- Eu não consigo te prever ou entender. Você nunca age por impulso. Não faz sentido nem visto de ângulos diferentes. Não é transparente, mas também não é a escuridão total. Você não fala nunca, e nem explode. Se controla facilmente e sempre engole os meus gritos. Seus olhos transmitem raiva e receio, e suas palavras gentilezas e compreensão. O que fala não é coerente ao que faz. Me pergunto se alguém te conhece. Porque eu tentei, mas você foge das minhas análises amadoras.

-É isso que te prende?
-E faz mal também.
-Mas te deixa perto de mim.
-Me prende.
-Desculpa, mas não posso parar.
-Involuntário?
-Não. Eu só não consigo ficar longe de você por muito tempo.
-Mas quando perto demais diz que é dificil.
-É complicado.
-Sempre é.
-Queria poder te explicar.
-Não conseguiria, você é do tipo que sofre calado.
-E você do tipo que me faz falar.
-Quase nunca consigo.
-Você que pensa...


"Estas alegrias violentas têm fins violentos,
E falecem no triunfo, como fogo e pólvora,
que num beijo se consomem."
[Romeu e Julieta, ato II, cena VI]