19 julho, 2011

"Sob um leve desespero"

"Eu não sei o que é direito" mas na verdade sabia. "Eu não sei descrever" e não sabia mesmo.
"To com medo" não há sentido nisso, "e desde quando houve nisso tudo"? O que sempre quis "eu não sei mais" se transfigurou em "não-pressiona", ela não fazia a mínima.
Por ora se descreveu tempestade de emoções, nunca revelou exatamente ás claras que "odeio trovoadas".
O lance todo era bem bonito, até esperançoso vez em quando "D E S E S P E R A D O R".
E o que significaria algo DESESPERADOR? Não esperaria mais? Tira a vontade de espera? "AAAH NÃO PODE!"
A verdade é que não importa se o assunto é amor, ideologia, adolescência, ou adultecimento. Sempre estamos a espera de algo. Eu particularmente "sou tola" e clichê e me encaixo perfeitamente nos romances e nos roteiros de algo comum e qualquer.
Quando adolescente estava a espera de alguém que viria do nada. Talvez pintasse algo novo, aquele menino dos sonhos. Aquele acontecimento utópico. Quando mais intensa esperei melancólica e louca (algo que até me lembrava Clarice) alguém vir e me arrancar a força da minha rotina, me imprensar na parede e me dar um tapa na cara.
Quando sonhadora e forte idealista, "aaaaaaah" quando isso, esperei uma vida totalmente diferente. Luzes de cidade grande e sorrisos de amigos, SATISFAÇÃO!
Quando triste, esperei poder sair por um dia frio, tomar um café e chorar calada. Mais uma vez a melancolia de Clarice, mas com um quê de Caio.
Quando feliz, não sei, era meio capitalista. Sabia que não deveria. Não devia e por isso  fiz, fui egoísta.
Agora vazia, escrevo. Na verdade, enrolo! Não sei mais escrever. Sem aquele blabalabla de "eu não sabia antes também, mas é que..." Ah não! por favor, sem isso. Eu sabia escrever o que eu sentia, aos 12 anos escrevia e escrevia muitíssimo bem! Conseguia descrever, representar e me satisfazer com o que escrevia. Agora, vazia, e tão cheia, não sei.
Pego o papel, ligo a tela... Leio, escuto, fico na iminência de qualquer sentimento e a mercê de doenças contagiosas eeeeeeeee: N A D A.
Não é exatamente feliz, sempre tive problemas com vazios e não-reação. Imagina você, que outro dia me peguei com um sentimento cor-de-rosa?! Não deu em nada, um mísero texto que escrevi me forçando. Fora fraco.
Até no fim deste, e olha que qualquer fim de qualquer coisa comigo mexe, me peguei forçando a escrever!
É que eu acho que me acostumei um pouco ao "tá", outro dia comentei comigo mesma sobre isso. Achei de uma irreverência patética, não engoli.
Ouvi rock, ouvi mpb e ontem mesmo me peguei ouvindo Chico! E nada, dá pra acreditar?
Dou-me enfim por um fim. Vejo em mim o fim da veemência de escrever, a excitação pluralista de ideologias inversas.
Estudei história, tirei notas boas em exatas, e nada me saltou aos olhos.
Dá pra acreditar que outro dia Judas veio me enfrentar? E eu fugi. Tá, fugir não é exatamente o que eu fiz, mas eu virei o outro lado da face! Não acreditaria que seria capaz de fazer isso se eu ainda fosse a criança da 6° série que procurava sentido na poesia na sua redação de português e que tinha na ponta da língua mil ofensas. Tava cansada apenas, pareci meio sensata. DESINTERESSANTE.
Me pergunto quando vem..... é, aquela maldita espera de novo!
Agora respondo, quando vazia espero vir qualquer coisa. Sacola plástica, lixo esvoaçante, sentimento piegas e até algo definhador.
É como você ter um plano em suas mãos em envelope pardo de secretaria escolar, estar sentada no banco da rodoviária e esperar vir o ônibus que te levará pra, quem sabe, uma badalada rua cheia de rostos desconhecidos onde você viverá diferente. E chegam onibus, e você testa os lugares, e em nenhum te encontras!
Eu to sendo tola, nem falando coisa com coisa tô.




Deu pra ver, não deu? o desespero da espera inusitada da chegada do que nunca vi partir?
Não há sobre o que falar, tento inventar, é débil.
Me sinto um lixo, a garganta inflamada, o estômago retendo o vomito.
Estou definhando à luz da tevê no quarto escuro no qual me encontro.
Eu nem sei porque escrevi, se não veio de dentro. Se só foram palavras soltas.
Ah! isso acontece muito quando leio um livro! Depois que o fecho e sei lá, exemplificando, caminho! Ficam palavras soltas na minha mente, sempre caracterizando, sabe-se lá o que.
Ai, eu paro, olho e me deparo.
Se deparar é feio. Quem inventou esse prefixo também era um belo pilantra,não?  DEsespero DEparar DEsistir
Desistir será parar de existir?
Eu existo?
Eu desisti em algum momento?
aai ai, catarse sem noção.
Boa noite, querido nada.


("que me leva, que me leva daqui")

Um comentário:

Fany disse...

seguindo, segue tbm? amei o seu blog *-*