10 julho, 2011

retalhos de coisas semi-escritas



Foi esquisito, em geral as coisas com ele eram.
Eu o encarava por breves segundos e, tagarela como sou, ficava sem ter o que dizer.
Ainda estou sem o que dizer.
O lance todo era bem complicado, aquela vontade do calor dele, pele com pele, lábios entrelaçados.
Aquele frio na barriga juvenil dava lugar a contemplação do rosto em minhas mãos, e depois já era tarde demais, nossos lábios falavam pelos nossos olhos.
Todo o sentimento cor-de-rosa era pouco, fraco, a carne falava alto. Gritava.
A respiração ofegava e o cheiro inundava o ar.





Era como uma dança dos corpos.
Desviando em passos leves, a sentença de morte ali, a sua frente.
Do que se foge, e do que quer. Era uma situação hesitante
.
O balé avançava velocidades, ambos bailavam ferozmente pelo salão.
Quando de repente a música parou, se olharam olho nos olhos. E correram pra si...
O final foi épico, chorou escondida. A dança de movimentos caprichados e sincronizados expressava, no arrepio da pele exposta o efeito, a compreensão que lhe fora dada.
Levantou-se cheia daquele sentimento exaltado-orgulhoso e aplaudiu com todo seu esplendoroso fôlego.
Fecharam-se as cortinas e lá, ainda exalando entusiasmo, continuou. Por horas e horas.
Patética, sentada no chão imundo, via o espetáculo da vida passar-lhe: esplendoroso!


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