08 setembro, 2016

Ressaca



Acordei no meio da noite, boca seca, cabeça latejando
Troquei o sofá pela cama, sem ganhar nenhuma fama
Olhos marejados, colchão dividido
No meu peito alimentava-se um grito

Despertei com a insônia de um bêbado
Que sem pretensão buscava consolar um coração
Talvez só o estômago revirado
Por tantos tropeços acumulados

A ressaca é misto de sensações
Ninguém a sofre sem nenhum ganho
Ou a sobrevive sem um belo banho
Balde de água fria, café forte e realidade

Seja de amor, bebida ou mar
Certamente vai doer até passar
Dizem que nada como uma cerveja gelada
Pra equilibrar o álcool e manter de pé a (c)alma

03 setembro, 2016

Embabacar

Amar é embabacar, tenho cada vez mais certeza disso
Seguir com os olhos, não desviar o pensamento, ficar estagnada com tal sorriso
É sem querer
E mesmo assim re-ple-to de quereres
Vários deles urgentes, emergentes, chego a quase ficar doente

É o olhar um pouquinho mais brilhante e um sorriso estampado no canto da boca que não se rende
É falar com ar de riso
Admirar com cara de bobo
Um carinho imenso sem explicação
Uma saudade imediata sem solução

A bochecha dolorida no fim do dia
O coração leeeeve, já nem mais sentia
Não há quem releve, se apaixonar é virar tiete

Ai titia
Onde fui me meter
Como faz para resolver
Esse sorriso que não quero desfazer

Digo, repito e insisto:
Embabacar é tão gostoso
Que já nem ligo pro juízo

História cronológica e escrivança de boas lembranças

Era tudo novo e estranhamente familiar
Eu não entendi o que aconteceu, de repente eu tava com um sorriso de orelha a orelha na cara
Te xingava naturalmente como se fosse uma das pessoas que mais amava na vida
E de repente, sem nem pedir licença, se apropriou do espaço com toda autoridade

Obviamente sabia que não era só mais uma, me impressionou sua liberdade
Me ofereceu xarope, amor, diversão, e entre isso, que I would never gonna be alone
Foi de graça, na lata
Bateu, aconteceu, a coisa menos premeditada

Posso dizer que tremi, embrulhei o estômago, perdi um pouco a realidade e suei
Nosso primeiro beijo tão errado, minha impulsividade, nossa falta de tato...
Boato! Ouvi rumores que se acertaram de imediato
A cada beijo um infarto, mal aguenta seu sorriso meu pobre miocárdio

E agora toda essa escrivança, querendo poematizar cada nítida lembrança
De todos os frios na barriga, tem um que não passa
Não adianta o que faça
É o som do seu carro estacionando em frente minha casa