22 dezembro, 2011

Sobre citações, internet e Caio F

A outra leu e achou bonito. Publicou:
fui no mc donalds, quando eu a vi , meu cérebro parou , minhas mãos tremeram e meus olhos caíram - caio f
A amiga não deixou por menos, Marilyn Monroe falou e disse nessa frase: cuti cuti cuti bla bla bla.

Um amigo  meu disse, é claro, ponderando palavras como todo bom cavalheiro faria:
AONDE QUE MARILYN MONROE FOI UMA BOA INFLUÊNCIA? ELA ERA UMA ATRIZ QUE FOI PRA PLAYBOY! PORRA, VAI SE FUDER, SUA GAROTINHA JUVENIL RETARDADA!!!
Devo concordar, em parte. Até onde essa divulgação de trechos de escritores da 2º geração do romantismo é boa, e onde começa a ficar ruim? Bom, não querendo gastar tempo com isso, mas já gastando... Creio eu que redes sociais que tornem popular esses grandes autores e poetas facilitam, sim, a possibilidade de conhecermos e nos interessar por esses escritores e querer nos aprofundarmos nas obras deles, porém ninguém ta afim de ver por aí posts de trechos pseudo inteligentes de 5 em 5 minutos sobre autores que quem postou nunca ouviu falar antes.
Se eu apoio a divulgação desses autores, de suas obras? Claro que sim, não há dúvidas de que apoio! Isso foi só algo que me passou pela cabeça enquanto eu acabava de descobrir um lindo texto de Caio F (um dos meus escritores preferidos, que conheci via twitter e desde então não parei de pesquisar e ler sobre). O texto se chama  Anotações sobre um amor urbano e realmente desejaria postar ele por completo aqui, mas ele é  bem grandinho, e vocês não o leriam. Pois sim, deixo com vocês um aperitivo, um trechinho deste lindo texto que realmente me encantou! E um Viva! à internet que pode nos trazer mais conhecimento do que já sonhamos encontrar um dia à distância apenas de alguns cliques!

"(...) tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas alma existe mesmo? e quem garante? e quem se importa? apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro teu corpo moço de homem apertado contra meu corpo de homem moço também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto: te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro.

Não temos culpa, tentei. Tentamos."

(O texto inteiro você encontra aqui)

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