29 dezembro, 2010

when words are not necessary (part II)

 Parte I


Talvez surpreso seria pouco. Não tinha certeza se era isso que habitava aquela atmosfera, talvez fosse medo. Receio. Me forcei a pensar em outra coisa, talvez fosse dor.
Podia sentir que havia dor ali, seu sorriso dançava e roubava toda minha atenção, mas ali naquele rosto tantas vezes visto por mim através de uma tela, estava claro que o sorriso e os olhos estavam em desarmonia.
Perguntei-me o que havia em meu rosto, como eu estaria enquanto decifrava sua face, como tudo nele, tão enigmática. Pus as mãos no rosto, respirei fundo, pus algumas madeixas do meu cabelo despenteado pelo vento atrás das orelhas e me virei para o muro de novo. Eu precisava me apoiar e ter certeza que meus joelhos me aguentariam por mais alguns minutos, até que ele me deixasse a sós novamente.
Passaram-se alguns minutos e não houve som algum que eu pudesse ouvir, relaxei. Ele já haveria ido embora e agora eu poderia me culpar por criar ilusões tão ilógicas e irracionais. O que estava acontecendo comigo afinal? Agora minha mente tola decidira brincar de projetar meus pensamentos? Era só o que me faltava.
Ri sozinha e me virei para procurar o eclipse idiota que estava atrasado. O céu continuara preto, porém o céu não era o único que continuara ali.
O fitei incrédula, boquiaberta e apoiando meu rosto em minha mão direita. Ele não deveria estar ali, nem nas minhas melhores hipóteses ele ia atrás de mim. E bom, eu não estava feliz por ele estar ali, eu realmente estava irritada. Era o meu eclipse, o meu momento sozinha, a minha ilusão. Ele não poderia deixar eu comandar minha mente nem uma vez?
-Oi -disse entre os dentes e me virei de novo pro muro.
Minhas mãos estavam em punho contra o muro e minha respiração era ofegante. Garoto idiota!
- E aí -disse ele animado, ou assim tentando- o que faz aqui?
- Li algo sobre um eclipse, queria ver. -Eu estava realmente emburrada e minhas palavras fluiam nada gentis, porém não estava me sentindo culpada, eu queria confrontá-lo, queria gritar com ele. Todo aquela falsa civiilização me matava paulatinamente e qualquer deixa seria usada contra ele.
- Não haverá eclipse algum essa noite, eu..
- Claro, claro. - o interrompi. Ele não percebeu que eu queria ficar sozinha?
- Não acredita em mim?
As palavras dele saiam  com dor, pensei em virar e verificar seu rosto, mas eu não queria amolecer hoje. Hoje não.
Fui eu quem não reagiu, quem sempre foi compreensiva com os problemas dele. Eu não queria falar que estava "tudo bem, sem problemas" de novo, até porque não estava! Eu estava ali, sangrando por dentro e me despedaçando a cada movimento brusco. Eu queria gritar com ele, por a razão do meu lado e fazê-lo sentir um terço da dor e da culpa que eu levava fazia meses.
Eu queria vê-lo pensar duas vezes antes de ir a algum lugar onde me encontraria, só porque sentiria dor e mediria palavras e atitudes. Por um longo instante eu queria ver como ele agiria no meu lugar, e como ele responderia se acreditava em mim.
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09 dezembro, 2010

Madrugada insana


Por mais que todas as folhas caiam e a árvore se seque, haverá um tempo em que os galhos secos se encherão de vida até que não lhe caiba mais tantas folhas. E então o clima cooperará, as folhas caem, o galho se fortalece, e depois o ciclo toma forma de novo. Fora assim nos meus últimos anos, alguns passei em frente á TV, outros tanto dormindo, alguns escrevendo, alguns embaixo das cobertas e me tapando do mundo, e outros me preparando para a primavera e suas novas folhas verdes.

Desde que ele se fora, nada sobrara em mim, nem o som da sua voz melódica, nem sua cara emburrada para mim quando fazia algo imprudente ou sem pensar, nada sobrara. As memórias foram indo para o passado como em fila indiana, e eu... Bom, eu não lutei depois dos primeiros meses.
Foi em agosto, quem dirá setembro, que não havia mais nada. Mas dizem que física odeia espaço vazio, mas não ocorreu nenhum estrondo horroroso e assustador como aconteceria em uma tempestade. Na verdade, quisera eu que fosse uma tempestade. Comecei á tocar a vida para frente, meio que arrastada, mas ela ia aos poucos vencendo o atrito, embora devo confessar que ele era quase mais forte que eu. Ás vezes batia um cansaço, um desânimo, uma vontade de férias.
A vontade se foi assim que consegui as tão sonhadas férias, porém na verdade, não sabia se as desejava tão desesperadamente assim. Talvez fosse coisa tola de adolescente, ter algo do que reclamar, embora não me faltasse escolhas na época.
Bom, sobre a escola não havia nada muito específico a citar, embora as péssimas notas fosse algo novo para mim. Amizade? Tá, eu não saberia lhe informar sobre aquilo, era instável demais em relação á mim e ao meu humor.
Por meses fiquei presa a alguma história de um livro surrado que ficou do lado da minha cabeceira durante muitas quedas e recuperações, durante muitas vidas que esse ciclo teve. Hoje em dia ele fica guardado em uma caixa, no canto inferior esquerdo do meu armário de bagunças. Os quatro exemplares surrados me traziam dor, mas também me traziam a história de algo que seria legal contar algum dia. Quando a cicatriz já não mais doesse, é claro.
Eu estava boa -não curada- mas estava vivendo quando o ciclo se repetiu pela 1° vez. Eu estava, não parada, mas em piloto automático quando o bonde passou e eu sem pensar muito subi nele. A história se repetiu algumas vezes, cada coisa de forma diferente visto a olhos nus, mas do mesmo modo quando visto com as artérias do coração. Parece algo besta - afinal, artérias?! Que louco escreveria que o coração vê o amor com artérias?- mas decidia ser mais realista vez em quando, e estas coisas escapuliam da minha mente previsível.
Na verdade, eu poderia muito bem culpar minha mente por todos esses ciclos iguais e diferentes que vieram acontecendo comigo repetidamente e intoleravelmente desde então, porém não parecia certo comigo mesma. Eu não era a culpada da história, mas também não queria que ele fosse. Sempre tão gentil e prestativo, não queria ser egoísta agora. Então, em uma atitude razoável, dividimos a culpa. Ele ficaria com a falta de resistência, e eu com a persistência. Vendo assim, até pareceríamos um casal de certo modo.
Num jogo de tabuleiro com dois participantes a cautela era necessária, mas quando os peões tomavam vida era algo desastroso e fora do controle. Não me acostumei muito a isso, e ainda hoje não entendo como pode? Ás vezes me sentia em um tabuleiro de xadrez de bruxo. O que me irritava não eram os jogadores ou as peças sempre brancas, era ser independente e tão alheia aos peões. Mas quem dera se meu problema fosse a luxúria de comandar apenas, o jogo era viciado e eu nunca ganharia. Nem trapaças eram permitidas, quem sabe não havia um feitiço protetor? Quase como no cálice de fogo, pena que eu nunca tomaria do vinho.
Foram assim meus últimos dias desde que o ultimo ciclo se finalizara no outono passado. Contei os dias como meses, e tive momentos de devaneios profundos. Alguns insights que não deram muito certo e espirros causados pelo pó dos exemplares surrados que resgatei a uma semana (e agora saibam que conto com o relógio). No verão, começa tudo de novo, talvez por isso eu goste tanto de inverno, é neutro o bastante para se parecer com a Suíça e não ter frutos nem perdas.
Agora tenho que ir pro meu casulo genérico, são 01:30 e acho que o que eu escrevo já nem deve mais fazer sentido.

Mas antes,
um brinde aos dados viciados!

05 dezembro, 2010

water

Brinquei com gelo nas mãos até que só água sobrasse daqueles cubos. Fiz com minhas próprias mãos a pedra sólida se tranformar em água. Sem forma, sem cor, sem cheiro... Adaptável. A lembrança da solidez da pedra havia se transformado em líquido que evapora. E a única certeza que tive da existência  do objeto sólido era a mão gelada que aos poucos se esquentou sem nem ao menos pedir permissão.
 A possibilidade de evaporar algo sólido era tão transparente como a água que gotejava dos meus dedos. Era como lágrimas contidas de um inverno, e que no verão evaporam.

Paramore in Brazil

Há algum tempo venho pensando na mudança do meu blog e na possibilidade de posts informativos, e acho que agora é a ocasião ideal.




 Vocês conhecem PARAMORE, certo? Pois é a banda fará uma turnê pelo Brasil em fevereiro, e será sua segunda vinda ao país. A turnê será do album Brand New Eyes e acontecerá em fevereiro do ano que vem. Os shows serão em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo e acontecerão, respectivamente, nos dias 17, 19 e 20 de fevereiro. Eu to super animada para o show do Rio, e pretendo fazer de tudo para poder ir, afinal paramore é uma das minhas bandas preferidas em uma lista pequena na qual a maioria são musicas velhas e nacionais.
Os preços do ingressão irão variar desde 100 reais e 300 e a venda de ingressos será aberta primeiramente para membros do fã clube oficial, depois para alguns cartões específicos e então para o publico em geral, no dia 13 de dezembro.

  • Agora vamos falar sobre Brand New Eyes:
O terceiro cd dessa maravilhosa banda estadunidense foi lançado em 2009, e conquistou o público de forma inacreditável com os hits Ignorance, Decode (tema da saga Crepúsculo), The Only Exception e o mais novo clip lançado, Playing God.
O nome do álbum, brand new eyes (olhos bem novos, ou apenas olhos novos) mostra um novo rumo que a banda está tomando, "é como ver tudo de uma nova perspectiva".

Pra maiores informações aqui estão alguns sites que poderão lhe tirar maiores dúvidas sobre a compra de ingressos, local do show e sobre a banda.

Bom, espero que aproveitem as informações e que se não conhecem paramore passem a conhecer. Até porque vale suuuper a pena.