23 julho, 2012

Às histórias de amor, beijos apaixonados e romances que nunca aconteceram



O que será das histórias de amor que não aconteceram? As que ficam pairando infinitamente sobre o ar, no “e se”, no não beijo, no não toque. As histórias de amor que nascem e terminam em conversas infindáveis, em brincadeiras de sorrisos encantadores e em subentendidos escrachados. No amor bonito, puro, virgem, no querer sem fim, na aparição surpresa ou nos gestos quase não notáveis, senão por cada minuciosa observação. O amor que nada constrói de material, mas que de abstrato se torna imortal.
Os amores que não aconteceram, os corpos que não se somaram e os lábios que nunca se tocaram. Os risos que foram se calando, por terceiros, por problemas, por amar demais e não conseguir suportar a impossibilidade do toque, do cheiro e da distância.
Os amores que nunca se consumaram, nunca começaram no mundo material, no mundo do entrelaçar dos dedos. As tantas histórias, lindas, belíssimas, puras e abstratas que não morrem, não desaparecem e nem se dissipam. As histórias mais perfeitas dentro da imperfeição que implica amar.
A sombra clara, que no meio da multidão se aproxima e lhe sorri, surpreende, e lhe grita selvagemente ao coração tão cativado pelo o que não dizem nas palavras, mas entregam nos olhares e sorrisos meio tortos, meio escondidos, meio sem querer.
A sombra chega, se transforma em corpo, se põe diante de mim. Eu, tola, sonho com o dia em que não só nossas almas se encontrarão, mas nossos corpos conhecerão o calor do toque e o conforto do abraço. Mas o corpo se vai, e leva junto toda a esperança, e com ela os sorrisos tortos e sem explicação, os pensamentos contínuos ao objeto amado, o magnetismo dos corpos, o anseio gritante do tão almejado toque, a fé no amor.
Enquanto ao amor que teve e deixou escapar, sobra a sombra na multidão, nunca se aproximando ou se afastando. Nem sequer perdendo a nitidez. Mas sempre presente mostrando o quão perfeito é o ideal, e sussurrando ao pé do ouvido as palavras doces dos amores que se calaram e fincaram moradia no espaço atemporal, estacionados na eternidade.

5 comentários:

Anônimo disse...

QUEEE ISSSSSOOO CAROLINENENENENNENENENENEEE.
oi migs, to in my casa without anything to fazer, to mucccchhhooo bored, so GET ONLINE SUNSHINE. please ? :(

Anônimo disse...

Simplesmente incrível! Você é demais, Carol!

Rodrigo Lima disse...

Sinceramente Carol, você me surpreende cada vez mais, a sua escrita cada vez mais supera qualquer expectativa...eu acho que não tenho nem que falar que você está de parabéns.
Sei que nem sempre nós escrevemos o que estamos sentindo, mas na maior parte das vezes é o que acontece, não é qualquer um que sabe colocar a alma na ponta do lápis (no teclado) tão bem quanto você, obrigado por mais um texto maravilhoso!
Seu fã Guigo!

Anônimo disse...

Mandou mt bem no texto. No final a gente prende até a respiração pra acabar de ler, conseguiu colocar mt emoção e expressou mt bem o que queria escrever. Sensacional! li o texto a pedido de guigo lima, aí em cima.
Abraços, do agora seu fã, Iago.

White disse...

depois de um século volto pra ler teu blog e vejo o quanto vc cresceu como escritora, ótimo texto.