27 setembro, 2010

Auto-suficiência, ou quase isso


Mais uma tarde de sábado na qual se encontrava atrás de um balcão com artigos esportivos cujos nomes decorou por abrigação, mas nunca entendera sua utilidade.
O avental furado de um bege sem vida tapava sua camisa de cor crua que talvez abrigasse o nome de uma banda qualquer, que outras pessoas de sua idade não conheceriam. O cenário e suas vestes transmitiam perfeitamente a mensagem que quem olhasse para seu rosto receberia.
Unhas roídas, cabelos desgrenhados presos em um rabo de cavalo mal feito e  um casaco de moleton, que mais parecia um pijama, amarrados em um cintura de criança.
Algumas ideias em mente, outras tantas em papéis e todas implatadas pela música extremamente alta que berrava de seus fones.
O relógio marcou 4 horas e se não tivesse a observado antes e notado sua total falta de humor, diria que a vi sorrindo. Algumas passadas até a porta acompanhadas por um tropeção na diferença de níveis do chão e alguns minutos gastos enquanto procurava a chave que lhe serveria. Apagou as luzes e pôs o gorro sobre a cabeça, se preparando assim para a caminhada sob a fina neblina que a levaria á sua cama que a esperava ainda desfeita pelo mal humor matinal de quem trabalha aos sábados para sustentar uma vida idependente, ou quase isso.

Um comentário:

Impermanente disse...

aaah sabe que eu gostei né. Li esse pessoalmente. Ta bem feito, mas que tá bella tá.