08 dezembro, 2012

Fim de ano é tudo igual (mentira).



Fim de ano é tudo igual pra mim. Sempre acho que coisas boas acontecem no final do segundo tempo, que mal resolvidos se resolvem, que nós se desatam por destino, pelo sentimento de retrospectiva que nos toma. Quase que invariavelmente faço um post aqui. Falo do meu ano, tenha sido ele como foi. Das coisas boas, das tristezas, das recuperações de tristezas, dos sorrisos plenos e repletos de uma compreensão-sei-lá-do-quê. Talvez da vida.
Acho que esse ano esse sentimento tá meio misturado com medo. Ainda não me caiu muito bem a ficha do fim da escola, do discurso (que ainda não preparei) para um salão repleto de rostos e de pensamentos pré-críticos (espero não gaguejar), mesmo que tenha sempre gostado de pontuar tudo: "este foi o início", "este é o fim". Sempre odiei, no geral, deixar coisas entreabertas. Ou entra ou não entra, ou vai ou fica. A angústia da possível volta, do possível arrependimento, sempre me foi muito dolorida. Sempre alimentou em mim uma esperança não-sadia na qual me agarrava com unhas e dentes. Ao mesmo tempo sempre odiei fins, tenho em mim uma imensa necessidade de pontuar bem, e por isso sempre quis um GRAN FINALE. Como perfeccionista que sou, poucas vezes me dei por satisfeita. Parece às vezes que há em mim uma vontade muito grande de explodir, de externar, de gritar, fazer, acontecer. Mas algo estranhamente a inibe, quando descobrir e me livrar disso (e espero que isso aconteça um dia, não muito tarde) penso que serei muito feliz. Às vezes  penso também que é fruto de uma multimídia, de um pensamento muito rápido e abrangente que vê cada mínimo detalhe que pode dar errado, que pode não atingir o auge, o pico, o clímax. Ou fazer de modo errado. Convivo com isso há dezoito anos e nem sei seu nome ainda, pensar demais me assusta. Penso ser anormal, e não to brincando.
Tenho andado num ânimo-desânimo assustadoramente pertubador. O cansaço me toma rápido demais. Chamo isso "final de ano", por isso digo: "final de ano é tudo igual". O cansaço físico, a exaustão mental. Parece que naquele instante em que o calendário acaba, todas as forças se renovam, se firmam, os sonhos incham, os sorrisos se alargam.Talvez ''férias" resuma, mas aí seria sem magia demais. Todos nós precisamos de algo mágico para acreditarmos, para pormos uma fézinha. Bendito seja esse tal de calendário e esse sentimento (talvez artificial) que nos acompanha e se renova na mudança de cada ano.
Nessa minha exaustão mental agravada pelo calor-bafo do quase-verão, ouço uma música tocar e lembro que é pra momentos como esse que o blog existe. Fico feliz. Por mais que pessoas sejam ótimas saídas para um longo papo em uma noite de quase-verão, as palavras e a possibilidade de publicá-las, gravá-las em algum lugar que me permita uma eventual consulta, é ainda umas das melhores válvulas de escape que já tive o prazer de usufruir.
Que um bom ar condicionado me proteja de todo bafo da angústia, AMÉM.

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