31 maio, 2011

Final do eterno outono

Nuvens dançaram em minha direção
Mas imóvel fiquei, por medo da chuva
Então triste comigo, se foram embora
Pois não as dei a devida atenção

Aves voaram de longe apenas pra ver-me
Mas escondido fiquei entre as paredes de casa
Então triste comigo, se foram embora
Pois não as dei o devido valor

Flores nasceram diante de mim
Mas as podei antes que criassem espinhos
Então triste comigo, se foram embora
Pois não às dei o tempo devido

Tu nada fizeste
Não dançaste como as nuvens levadas pelo vento
Nem vieste de longe como as aves do céu
Tão pouco floresceste em meu jardim
Mas dei-lhe toda atenção, decorei tua história, teus gostos, tuas manias
Dei-lhe todo valor, mais que a mim, mais que a meu nome, mais que a minha honra
A ti todo o tempo, as treze estações de um ciclo tão longo, começado e terminado em outono
Porém, triste comigo estás indo embora
E se me pedires motivo, desta vez faltarei com a resposta.



Intensidade e ansiedade em eterna busca pela verdade
Atualmente sendo um idiota, as ever, e com o projeto do seu cd "plaza"em andamento.
Que tal convencermos ele a fazer um blog?

22 maio, 2011

Citação: Arnaldo Jabor

Ouvi esse texto declamado por um "desconhecido" ao telefone. E o que podemos dizer? O texto ideal, lido pela voz ideal no momento ideal!
Desfrutem:


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro...'
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos....
Mas não deu certo...acabou
'É não deu...?
Claro que deu!
Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam.
Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate....se joga...se não bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta.
É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar.
Ou se apaixonar.
Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?






15 maio, 2011

Metalinguagem


Tópico frasal: dizer tudo, dizer nada?
Indutivo, Dedutivo. Transparente ou demasiado aparente?
Adjetivo-me, verbo-me, e por fim oro-me. Subornar-me-ei?
Interpreto, não rola. Mudo a ordem, o foco. Sujeito!
O tema? Ah, a complexidade.
Adjetivo?! Não mesmo! Má interpretação de quem o leu.
É substantivo. Daqueles concretos que quebram telhados.
Primitivo, composto e inenarrável.
Pode-se com isso, pronome relativo?
Que coisa é essa que mexe com a subordinação?
Malditas preces, subordinou-me sem me deixar perceber.
Presa cá estou eu, no núcleo do sujeito.
Cadê mesmo esse objeto para o tacar pela janela?
Se renderá a minha interpretação: Objeto-esvoaçante-direto-e-indireto.
E quero ver o simples sujeito capaz de mudar a ortografia de meus pensamentos.
Bingo! Eis a questão: malditos desinenciais.

Quando entrarem porta a fora, revirando os móveis e ousando tocar na ortografia de minha complexidade semântica, chamarais de roubo, fraude, vá saber. Já eu,letrada e organizada como sou, chamarei de minha complexidade; o apaixonado de amor, o poeta de sentimento, o cientista de hormônios. Ou nada disso. Mas eu chamarei "minha complexidade" com o afeto que nunca foi recíproco, e quando na semântica, sintaxe ou seja lá a interpretação talvez não-justa que me exigirem, direi ao meu modo e de nariz arrebitado: MEU sujeito desinencial.



bye nail polish

Amor guardado corrompe, sabia?
Corrompe mesmo, destrói a alma e enferruja o coração. Mata, dói, sangra.
Mas o que dizer sobre sentimentos recentes, que ainda estão fincando raízes?
Dói quando penetra, mas é dor transparente e perigosa: ansiedade, medo, dúvida, neurose. Neurose é bom.
Desespero! Desespero também é bom!
Como mais poderia explicar? Ah, simples! Olhe minhas unhas.


03 maio, 2011

Blog's B-day

Me pergunto se há algo mais certo pra começar um post falando sobre o meu blog do que citar Caio F. Ah, Caio F! Bendito seja o twitter que nos  apresentou. É como ter minha histórias contada por alguém que soubesse mais dela do que eu prória. Vamos aos fatos...*toda frase em itálico é de autoria dele

Foi em Abril, dirá abril e maio. Ou Setembro, Outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo. Ou importará? Acho que qualquer  antigo seguidor meu pode lembrar do "some time to think" e seu layout tão emo. Que aliás me rendeu uma imagem melancólica. Não que eu não fosse/seja melancólica. Até porque era o que eu mais era em abril e os meses de inverno dessa minha cidade minúscula e pequena...Fiquei presa a uma história, presa na mania de suspender a máscara de sanidade, presa no vazio gelado.(Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa.)
Longe o suficiente de amigos, estressada o bastante para isolar-me, causa perdida na medida certa pra perder amigos. Foi frio, silencioso e revelador. Doeu, doeu muito. Doeu como nunca  algo havia me machucado, foi uma puta dor! Um puta sentimento, uma puta época. Discretamente, enviei sinais de socorro aos amigos. Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais. Não foi só você, não. Foram também pessoas até mais íntimas, (…) me virei sozinho com enormes dificuldades. Não me lamuriei. Mas preciso que as pessoas saibam que isso doeu — exatamente porque algumas destas pessoas (…) importam para mim.
Quando reaprendi a falar quis conversar com alguém, mas me afastara tanto de todos. Melhorei, não sei como. Acho que o ponta pé inicial foi quando me disseram puras e malvadas verdades na cara, fora um ogro sem dó, mas foi significativo. Desde então descobri o que deveria fazer: supere isso e, se não puder superar, supere o vício de falar a respeito.


Quantos discursos politicamente corretos eu não dei? Quantas mentes eu já não quis fazer acreditar no verdadeiro amor, na bondade das pessoas e em pessoas doces.
Sai procurando razões e textos, palavras paradoxais em cada sentimento cor-de-rosa que encontrei pelo caminho. Não achei. Na verdade, não só não achei como perdi. Perdi o fio da meada.
Me tornei egocêntrica, e me foquei em mim. Me auto-analisei por hobby, foi diferente. Além disso, sou terrivelmente instável e entender minhas reações é coisa que às vezes nem eu mesmo consigo. Percebi como sou previsível e como sou como gostaria de ser ou algo bem próximo. Apaixonei-me por mim mesma. Não foi algo extremamente ruim, nem bom. Foi um tempo de traçar algumas metas, saber do que gosto (café,frio, Inglaterra e música antiga) e o que não suporto (?). Colei aquele “EU TE AMOno espelho. E é pra mim mesma.
Procurei, e continuo na busca, de novos dessas minhas histórias. Algo que me dê mais emoçãoá vida. Ando pacata, e quando surge algo novo fico no desespero do medo de dar errado, ou no desespero daquilo que ainda nãoconsegui nomear. Mas continuo aprendendo com Caio, quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
Vez em quando pinta uma borboleta no estômago e fico cautelosa, pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'.
E acontece por final que estou aqui, completando um ano da minha vida de (pseudo)blogueira, com váriados personagens, mas sempre o mesmo tema. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Dá pra crer nisso?
 Ela tem muita dúvida como todos têm. Mas nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe. E talvez por isso a tristeza não me repele, e sim inspira. Desde que seja doce já estará valendo a pena ser vivido.
E que todos vocês leiam Caio F,viu?
Feliz aniverário, louca pedinte de help.
Parabéns pra mim!