25 abril, 2011

( nameless )

Um texto desse tipo, depois de muito tempo sem exercitar.


Eu queria, sabe? Eu queria muito poder abrir uma aba qualquer e começar a escrever. escrever desesperadamente, sabendo por pra fora toda essa minha aflição, descrever os loopings no estômago que tem me acontecido. Eu queria poder saber escrever sobre você e sobre como chegou e mudou os móveis de lugar dessa sua forma sempre muito gentil e delicada de ser.Eu queria poder ver uma caneta e papel e de repente brotar ideias, palavras e emoções em forma de letras. Eu queria poder ter a certeza, eu queria poder entender, planejar ou prever.
É estranho eu não me lembro de ter sentido isso antes. Eu não te tenho e nunca o vi, mas tenho um medo imensurável de te perder, tenho o receio de você me deixar passar. Eu não sei, é estranho como eu já disse, desesperador e assustador até pra mim.
Eu não sei escrever sobre você, e nunca sei prever seus passos. A cada passo meu cerco-me de dúvidas e suspeitas...Tenho medo de pisar em falso, tenho medo desse meu desespero inenarrável causado por quando o vejo longe demais.E seria mais normal se eu tivesse te tido em algum momento, nem que por segundos. Mas o meu mais próximo foi um telefonema.
Eu não consigo ligar sua voz, imagem, palavras e atitudes. Será que tenho problemas com enigmas? Será essa minha mania de querer saber tudo? Ter certeza de tudo?Eu to pirando, e nem ao menos te vi.Eu não consigo pintar seu retrato, encaixar seu sorriso e palavras. O que me diz é sempre tão contraditório.
Se fosse apenas imensurável. Mas não, eu tinha que topar com algo inenarrável no caminho. Logo eu, que tenho mania de descrever tanto, fantasiar tudo. Eu não consigo partir sem uma base, eu posso lidar com o abstrato mas não com o vazio.

17 abril, 2011

Entre Aspas: A moreninha

A moreninha, livro de Joaquim Manuel de Macedo publicado em 1844, é um clássico do romantismo. Eu assumo que sou péssima leitora e que esse foi o primeiro e recente clássico que li, mas assumo também que me amarrei no personagem de Augusto, um inconstante rapaz que diz não poder amar umar um mesmo objeto por mais de três dias, porém Carolina (ótimo nome para uma miúda, sapeca e inteligente personagem) com todo seu atrevimento o corrompe em sua inconstância.
A história me saltou aos olhos de imediato e recomendo a todos lerem o livro que, para a época e a ideia pré concebida de clássico que temos, é super facil de ser lido.
Aqui citarei um fragmento de uma conversa dos amigos de Augusto e o próprio, comentando a inconstância
amorosa do rapaz incorrigível.

"(...)
- E de qual gostarás mais, da pálida, da loura ou da moreninha?...
- Creio que gostarei, principalmente, de todas.
- Ei-lo aí com sua mania.
- Augusto é incorrigível.
- Não, é romântico.
- Nem uma coisa nem outra... é um grandíssimo velhaco.
- Não diz o que sente.
- Não sente o que diz.
- Faz mais do que isso, pois diz o que o que não sente.
-O que quiserem... serei incorrigível, romântico ou velhaco, não digo o que sinto, não sinto o que digo, ou mesmo digo o que não sinto; sou,enfim, mau e perigoso e vocês inocentes e anjinhos. Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda pouco mostrei, e em toda parte confesso que sou volúvel, inconstante e incapaz de amar três dias um mesmo objeto; verdade seja que nada há mais fácil do que me ouvirem "eu vos amo", mas também a nenhuma pedi ainda que me desse fé, pelo contrário, digo a todas o como sou e,se, apesar de tal, sua vaidade é tanta que se suponham inesquecíveis a culpa,certo, que não é minha. Eis o que faço. E vós, meus caros amigos, que blasonais de firmeza de rochedo, vós que jurais amor eterno cem vezes por ano a cem diversas belezas...Vós sois tanto ou ainda mais inconstantes que eu!... mas entre nós há sempre uma grande diferença: -vós enganais e eu desengano, eu digo a verdade e vós, meus senhores, mentis... [...] A alma que Deus me deu, continuou Algusto, é sensível demais para reter por muito tempo uma mesma impressão. Sou inconstante, mas sou feliz na minha inconstância, porque apaixonando-me tantas vezes, não chego nunca a amar uma vez..."


* Para quem curte ler livros pelo computador, podemos encontrar a obra aqui

Inconstância, eu curto

Ei leitores assíduos do meu blog, como vão?
Pois é, como eu pensei: cri-cri-cri.
O blog ta em obra e quem acompanhou a época "suco de limão com gosto de tamarindo mas que parece groselha" ou o "some time to think" sabe que essas mudanças quando começam são perigosas. Eu resolvi, como já resolvi muitas outras vezes, mexer nas estruturas da minha pseudo vida de blogueira e espero que dessa vez minha inconstância dure o tempo necessário para durar um ciclo inteiro. Inconstância, rapidez, dúvidas... Como se nomeia mesmo? tpm, crescer, mudar de ideia, voltar pra mesma ideia... Ah sim! Lembrei o nome disso, é aquela frase que eu usava como "quem sou eu" quando tinha 12 anos de idade, era pseudo roqueirinha e fingia que ouvia System of a Down, Nirvana, Sepultura e Slipknot... Como eu ia dizendo: constantes mudanças.

08 abril, 2011

Borboletando


Como boa borboleta que sou, beijo e toco belas e formosas flores, mas ao fim do dia dou adeus sem receio a todas elas. Porque quando se envolve sentimento, subconsciente e subjetividade, se conclui não haver constância ou previsão.
Se apareceres a mim alguma bela flor esbanjando vaidade e convencimento o suficiente ao ponto de afirmar-me que ao fim do dia pensarei nela, creio eu que nela confiarei algum crédito. Entretanto, se ao entardecer seu cheiro, formosura, cor ou textura me parecer, como ao contrário jurou, mais uma como as outras, esse texto para qualquer flor do meu jardim de inverno servirá. Nem que seja uma espécie nova, com pseudônimo americano, ou seja lá o que o improviso trará.

Lembranças,
ao Jack.