05 dezembro, 2010

water

Brinquei com gelo nas mãos até que só água sobrasse daqueles cubos. Fiz com minhas próprias mãos a pedra sólida se tranformar em água. Sem forma, sem cor, sem cheiro... Adaptável. A lembrança da solidez da pedra havia se transformado em líquido que evapora. E a única certeza que tive da existência  do objeto sólido era a mão gelada que aos poucos se esquentou sem nem ao menos pedir permissão.
 A possibilidade de evaporar algo sólido era tão transparente como a água que gotejava dos meus dedos. Era como lágrimas contidas de um inverno, e que no verão evaporam.

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