15 julho, 2010

when words are not necessary



O vento me lembrou que já era hora, levantei-me de meu lugar querendo criar coragem para passar na frente de todas aquelas pessoas, concentrando-me em meus pés e pedindo para que eles não me atrapalhassem. Aah como eu queria me tornar invísivel agora.
Passei por todos discretamente, ou pelo menos o mais discreto que pude. subi os incontáveis degraus esperando realmente que o céu não me desapontasse e que o tão esperado eclipse lunar estivesse lá, esperando por mim para começar seu espetáculo.
Debrucei-me sobre o muro que lá havia e esperei que o espetáculo começasse. Lá não havia ninguém e o frio predominava, umvento frio e repentino me pegou de guarda-baixa dando um leve e congelante toque em meu pescoço.
Me concentrei no céu e em meus devaneios entrava  quando tive a impressão de ver uma pessoa passar pela porta, e então com um olhar cuidadoso voltei a olhar e não havia nada. Minha coluna se arrepiou de novo, agora não sabia se tinha sido pelo vento frio ou por medo da minha imaginação fértil.
Virei-me novamente para as estrelas, mas resolvi verificar mais uma vez, sempre fui tão covarde... E então vi a imagem dele ali, meu coração gelou instantaneamente, minha mente vagou á procura de um comprimento decente, mas não havia nada ali dentro. Tentei sibilar alguma coisa que nem eu mesma entendi, mas desisti quando percebi que ele dera mais um passo.
Agora a luz de uma porta entreaberta iluminava seu rosto, ele ergueu a boca como se fosse pronunciar algo, mas havia uma confusão expressa em seu olhar; e eu permanecia ali calada e imóvel, ouvindo meu coração bater ferozmente e pedindo aos céus que ele não pudesse ouvir também.
Então ele desistiu de suas palavras não ditas e expirou com um sorriso enorme, como se também estivesse surpreso, não por eu estar ali, mas por ele estar.

CONTINUA

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