a menina que nada fala pinta a saída da alma em meio a devaneio
a menina que tudo observa admira com olhos atentos
a mesma tal menina expõe com pinceladas o que vem de dentro
A menina é retida, contida, esparramada
a menina é, creio não haver melhor palavra: estabanada
chora com a alma, sente com os olhos, se atrapalha com os pés
e mesmo sem saber, entender ou deter, se adapta às marés
Ela fala, e disfarçada, se destaca da massa
a moça-menina tão distraída enquanto passa
e enquanto resiste, e enquanto persiste
a moça-menina que enquanto sonha, existe!