10 março, 2013
Quando eu me for, me chame
Se eu for embora, se eu sair, se eu faltar: me chama
Se eu chorar, se eu argumentar, se eu tentar: me ouça
Eu tenho uma necessidade infantil de ir embora para que sintam minha falta
Olha, não tenho orgulho, te grito quantas vezes precisar
Mas se alguma vez nos virarmos as costas e eu não te gritar: me grite!
Me grite porque mora em mim uma insegurança estúpida que faz disso necessário
Que faz do sentir a minha falta, do me chamar, do me procurar: seguro!
Se eu for embora, se eu não voltar
Como ato inusitado, como inesperado
Espero insegura que me chames
Para que eu possa sentir
Para que eu possa confirmar
Para que eu tenha a certeza que não só sinto falta, mas a faço
Para que esse medo idiota de ser indiferente me abandone
Porque, olha, é tão ruim quando não me chamam
Quando não me sentem falta
Quando para comigo não me qualifica o "indispensável"
Se um dia eu for embora, virar as costas, mas sem parar de falar
Se um dia em for, se um dia eu for e não mais voltar
Me busque, estarei na esquina engolindo os soluços frustrados
Estarei na calçada percebendo a falta que não faço, com os olhos marejados
01 março, 2013
Porque amar sem Vinícius é amar sóbrio demais
Soneto do Amor Total
(Vinícius de Moraes)
"Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude. "
Meu soneto preferido de Vinícius.
E na foto: mon amour!
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