27 setembro, 2012

Desse amor quinzenal que não se explica


Eu soube que seria assim, eu senti. Foi quando fechei os olhos e me senti plena, e calma. Ou quando no meio do filme, ou da noite, parei por instantes pra observar o luz da tela iluminar seu rosto, ou seu sono pesado. Algo já vinha me avisar, veio pra descartar o medo, veio me preparar pra você.
Difícil aceitar, não? Difícil entender, lidar, reconhecer quando está dando certo, depois de tantas tentativas. Sim, ei, você! Estamos dando certo, nós dois, e essa coisa monstruosa, gigantesca crescendo dentro da gente. Afeto, paixão, amor, não sei, não preciso saber, preciso só, apenas, e tão unicamente, te ter.
E essa saudade que me mata, e esse nosso namoro quinzenal, que de quinze em quinze multiplica as saudades e de divide o tempo. E o peso, e o teu corpo, que já não fica mais aqui, me esquentando, me protegendo, me completando. O despertar que, sem você, nunca é digno de bom humor. As segundas que se tornam fontes de tormenta porque te dizer "até logo" arranca parte minha. E quando você se vai, menino,  tudo fica tão vazio, tão ansioso, tão nostálgico, o teu calor vai se perdendo, e se aloja em mim esse buraco imenso que tua saudade cria, que tua lembrança cutuca.
E quando tu vens, é como dizem "se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz". Parece que vale a espera, o tamborilarr dos dedos, o rangir dos dentes, as mordidas no lábio e a unha roída. Porque quando tu vens, e tu, por meu bem, sempre vens, é como se não existisse força gravitacional que me prenda à Terra, é de você que exala a gravidade que me prende. Não existe redor, nem tempo, muito menos espaço. Porque quando tu vens, bem querido meu, é quando me vou pra bem longe daqui, me abrigo em teu corpo, me acalento em sua alma e me aposso dos beijos teus, apoiados por teus abraços, tão confortantes estes, que desde já espero seu retorno, antes mesmo de dizer adeus.

13 setembro, 2012

Como nunca andamos

Como anda aquele nosso amor que deixamos passar?
Como anda você, que perdeu o nome, perdeu o endereço, desapareceu?
Como anda nós dois, como andaríamos se não tivéssemos soltado nossas mãos?
Como estaria aquele nosso amor, aqueles nossos sorrisos, planos e alegrias?

Como anda você, que já não está mais aqui?
Como anda você, você que não está nem mais aí?
Por vezes penso em você, penso em nós, no que seríamos, no que éramos

Como anda você, que não vejo mais, não ouço mais e, por vezes, nem lembro mais?
Como anda você que brotou, surgiu, sumiu?
Como andam nossas noites, nossos amores mal declarados, nossas entrelinhas?
Como andaríamos agora, se nunca tivéssemos desistido de nós?